I SÉRIE — NÚMERO 16
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A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Drago.
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Sr.ª Presidente, a Sr.ª Deputada Odete João tem razão em relação ao que disse
na parte inicial da sua intervenção. É mesmo caso para dizer: quem os viu e quem os vê!…
Na questão da instabilidade do corpo docente e dos professores contratados, quem os viu e quem os vê!…
Também em matérias como as da revisão curricular, do fecho das escolas e dos apoios nos manuais
escolares, quem os viu e quem os vê!… De facto, não há nada como ser da bancada que suporta o Governo
para haver aqui transformações de vulto em relação à opinião e ao programa político.
O Sr. Mota Andrade (PS): — É verdade! Para a bancada do PSD, é verdade!
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Mas, uma coisa é certa: quem votou no PSD baseado nas suas declarações
sobre o apoio à escola privada, não votou enganado. O PSD sempre o disse e encaminha-se, agora, no
sentido de privilegiar os apoios aos privados, diminuindo a capacidade de extensão e de requalificação da
escola pública, da rede pública educativa. Aliás, esse é o pensamento ideológico do Ministro Nuno Crato e
estas duas bancadas — a do PSD e a do CDS — sempre têm feito, pelo País fora, propaganda a favor do
«cheque-ensino» e, portanto, a favor da fragilização da oferta pública educativa.
Queria terminar a minha intervenção, fazendo um breve apontamento que torna mais pública uma
discussão que tivemos esta manhã, na Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura.
Como o PSD diz, o Bloco de Esquerda está muitíssimo preocupado com as perspectivas para o ano lectivo
de 2011/2012, porque entende que os cortes que estão a ser feitos são absolutamente cegos e, no essencial
do que é a qualidade do serviço educativo, vão ter efeitos muitíssimo graves.
Foi por isso que tentámos trazer, a este Parlamento — foi o que propusemos, em sede de comissão —, as
confederações de pais, os sindicatos de professores e o conselho de escolas, para que a Comissão
Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura pudesse, com os parceiros da área da educação, ter uma
discussão sobre o impacto das medidas que são conhecidas, designadamente o concurso de professores e os
cortes, e sobre as perspectivas para o ano lectivo de 2011/2012.
Foi com muita pena que constatei que também o Partido Socialista entendeu que esse requerimento não
fazia sentido.
Vozes do PSD: — Claro!
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Ou seja, considerou que ouvir a opinião dos directores das escolas, das
confederações de pais e dos professores era contribuir — e cito as palavras do Sr. Deputado Emídio
Guerreiro, que foi muito «saboroso» nos epítetos que fez — para criar instabilidade, turbulência e servia para
perturbar, complicar e criar ruído.
Se ouvir pais, professores e directores de escolas, nesta Assembleia, é criar instabilidade, turbulência,
perturbar o arranque do ano lectivo, complicar e criar ruído, está tudo dito!
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Também para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Mendes Bota.
O Sr. Mendes Bota (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
Deputadas e Srs. Deputados: 71 dias depois de
concluída a sua tomada de posse, é digno de registo o trabalho produzido pelo Governo de coligação
sustentado numa «Maioria para a Mudança».
Foram até agora cumpridos rigorosamente os calendários e as medidas previstas no Programa de
Assistência Económica e Financeira, estabelecido entre o Estado português, a União Europeia e o Fundo
Monetário Internacional, para a ajuda externa de que o nosso País carece.
Vozes do PSD: — Muito bem!