29 DE SETEMBRO DE 2011
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O Sr. Luís Montenegro (PSD): — É de um oportunismo exacerbado o incidente aqui criado há pouco pelo
Partido Socialista ao querer trazer para o Parlamento a campanha eleitoral que decorre na Madeira.
Aplausos do PSD.
E devo até dizer que se trata de um incidente não propriamente para ter ganhos eleitorais nessa
campanha, mas mais directamente relacionado com a tentativa de branqueamento daquelas que são as suas
responsabilidades na situação financeira do País.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Sr. Primeiro-Ministro, governar hoje, mais do que nunca, exige coragem. Coragem para cumprir a palavra
dada com o exterior, coragem para não adiar decisões, coragem para reformar sistemas públicos, coragem
para pedir sacrifícios, mas também coragem para não deixar ninguém para trás.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Mas se é preciso que o Governo tenha coragem, também é preciso que
haja coragem na oposição.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — É preciso que haja coragem na oposição não para ser uma oposição de
«bota-abaixo», de estar sempre contra tudo e contra todos — embora haja partidos que seguem essa lógica —
mas para pôr de parte o interesse mais particular, o interesse mais partidário e fazer prevalecer o interesse de
todos, o interesse nacional.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Infelizmente, Sr. Primeiro-Ministro, falo da coragem que falta ao Partido
Socialista.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Um partido que governou 13 dos últimos 16 anos; que negociou e
assinou o contrato de ajuda externa que estamos a executar, um partido com tantas responsabilidades mas
que é hoje um partido politicamente egoísta, um partido que pensa de tal forma em si próprio que, às vezes,
até parece que vai ter eleições já na próxima semana. Não, Srs. Deputados! As eleições legislativas são só em
2015.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Exactamente! Bem lembrado!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — O voto contra do Partido Socialista na criação da sobretaxa
extraordinária, na alteração às leis laborais e na alteração às taxas do IVA no gás e na electricidade — estas
duas últimas medidas previstas no Memorando de Entendimento que eles assinaram — são a maior
demonstração desse egoísmo político.
Aplausos do PSD.
Quando todas as instâncias internacionais e vários responsáveis políticos europeus, e não só europeus,
têm reconhecido e assinalado o esforço de Portugal, temos um Partido Socialista zangado com o seu País.