I SÉRIE — NÚMERO 43
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O Sr. João Galamba (PS): — Isto não é um regime especial!
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — «Incluem‐se as seguintes medidas:
i) Eliminação de todas as taxas reduzidas de IRC;»
O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Isto não é uma taxa reduzida, Sr. Secretário de Estado!
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — Evidentemente, o PCP não assinou o Memorando
de Entendimento…
O Sr. Honório Novo (PCP): — E fez bem!
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: — … e, por isso, é aceitável que tenha um
entendimento diferente. Mas pergunto ao PS: qual é a parte do Memorando que não querem cumprir?
Certamente não será esta!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Esta proposta de Orçamento do Estado nesta matéria em concreto cumpre, como tem de cumprir, como o
Estado português tem cumprir, a regra a que se comprometeu no Programa de Assistência Económica e
Financeira. Não fazemos mais do que isso, e fazemo-lo porque entendemos que o Estado português, que se
comprometeu de uma determinada maneira, deve honrar os seus compromissos internacionais.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Hortense Martins.
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Secretário de Estado, ficou aqui bem claro que se
trata de uma opção política do seu Governo!
Risos do CDS-PP.
É uma opção política clara! O PS, evidentemente, assinou o Memorando e compromete-se com ele, mas o
Sr. Secretário de Estado infere a sua interpretação daquilo que leu, e eu digo-lhe que essa interpretação não é
a correcta do ponto de vista do PS.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Ah, do ponto de vista!
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Então, também lhe pergunto: porque é que não cumpriu a redução da
taxa social única? Porque é que não cumpriu o prazo de reporte de prejuízo, que está estipulado
clarissimamente no Memorando que é de três e não de cinco anos? Então, para algumas coisas dá jeito e
para outras não dá jeito nenhum?
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — A opção política é vossa!
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Pois a nós dá-nos jeito ajudar as empresas em Portugal e manter esta
taxa reduzida de IRC, que faz parte da estrutura da taxa de IRC em Portugal, que tem dois escalões, um de
12,5% e outro de 25%. Portanto, é mesmo uma opção política deste Governo ajudar, ou não, a economia
nacional.
Aplausos do PS.