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I SÉRIE — NÚMERO 60

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Vozes do PSD: — Muito bem!

Protestos do PCP e do BE.

O Sr. Pedro Roque (PSD): — Para os que fazem da luta de classes um estilo de atuação política e que

falam em nome do trabalho quando, numericamente, representam infinitamente menos trabalhadores que os

partidos democráticos representados neste Parlamento, este acordo constitui um amargo de boca, pois reduz

as condições objetivas para a conflitualidade social, resumindo-a agora aos suspeitos do costume — para usar

uma linguagem cinematográfica.

Todavia, ao nível do Partido Socialista é que se estranha a falta de sentido de Estado nas reações

conhecidas à celebração do compromisso tripartido.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

É que, em boa verdade, o PS deveria estar na primeira linha dos que saúdam o acordo, por vários motivos.

Em primeiro lugar, por ter sido responsável por mais de uma década de governação que, através dos

desmandos na condução da coisa pública, conduziu ao estado a que Portugal chegou e por ter sido o primeiro

responsável pelo Memorando de Entendimento com a troica.

Em segundo lugar, porque deveria valorizar o instituto da concertação social e o esforço de consenso que

Governo e parceiros fizeram para alcançar um compromisso que é estratégico e particularmente importante na

presente conjuntura.

Em terceiro lugar, porque, ao desvalorizar o acordo, está a menorizar os parceiros sociais, os mesmos que,

com idêntico sentido de responsabilidade, assinaram com o Governo anterior um documento com igual

profundidade.

Aplausos do PSD.

Assim sendo, não pode haver maior contraste entre o sentido do dever patriótico dos parceiros sociais e a

sua ausência no Partido Socialista.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Pedro Roque (PSD): — O dia de hoje, paradoxalmente, deve ser um dia de definição clara e

inequívoca da atual liderança do Partido Socialista, enquanto partido responsável e pilar do regime republicano

e democrático. É o dia da separação das águas e em que o Partido Socialista deve escolher entre a

demagogia do imobilismo, representado nas bancadas mais à esquerda deste Hemiciclo, ou, ao invés,

assumir-se como um ator privilegiado da regeneração nacional e contribuir, de modo pró-ativo, para o caminho

do crescimento económico e do emprego, tendo em consideração que este é um tempo de união de esforços.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Pedro Roque (PSD): — Termino, citando o Sr. Presidente da República, na sua mensagem de Ano

Novo, e numa frase que me parece particularmente adequada ao dia de hoje: «Portugal é maior do que a crise

que vivemos»!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. António Filipe (PCP): — Já vi este Sr. Deputado nas manifestações da CGTP!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Quando era para a fotografia, nas manifestações, não havia mal na

CGTP!