I SÉRIE — NÚMERO 61
12
e milhares de jovens a falsos recibos verdes, com baixos salários, perante a mais vil exploração, e o Governo
não faz nada.
Portanto, o que hoje se exige é que se tomem as medidas e se cumpram as promessas do então líder da
bancada do CDS, e até do ex-Deputado Paulo Portas, dando corpo à petição que encabeçou na altura, como
eu bem referi.
Quanto às dívidas da segurança social, o Sr. Deputado sabe que as dívidas que têm de ser cobradas às
empresas ascendem hoje a mais de 5000 milhões e o Sr. Ministro está muito preocupado com a cobrança dos
subsídios pagos indevidamente, por erro da segurança social, segundo notícias vindas a público, que montam
em 570 milhões.
Sr. Deputado, há dois pesos e duas medidas, continuo a dizer: mão forte para os que menos têm e mão
muito leve, até laxismo, para aqueles que mais têm e que deveriam cumprir, esses sim, as suas obrigações
para com a segurança social.
Aplausos do BE.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Não é verdade!
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Mariana Aiveca, tantas vezes aqui
falou do anterior líder parlamentar do CDS que me sinto quase na obrigação de que o atual também apareça e
possa fazer alguma pergunta a V. Ex.ª.
Sr.ª Deputada, vamos à questão essencial, como lhe chamou, e estou a citar, os recibos verdes.
Já aqui foi dito pelo Sr. Deputado Adão e Silva que reconhecemos que há alguns problemas ao nível da
classificação dos escalões, que estão a ser corrigidos, neste momento. Aliás, é uma matéria que decorre das
regras gerais do direito que, havendo retenção ou pagamento de coimas indevidas pelos cidadãos, estas ser-
lhes-ão restituídas, porque o Estado é, obviamente, uma pessoa de bem. Essa é a questão essencial que a
Sr.ª Deputada aqui trouxe e esta é a resposta à questão essencial que gostaria de deixar.
Mas, Sr.ª Deputada, não deixo de estranhar que, tendo a senhora falado 6 minutos sobre a questão dos
recibos verdes, não tenha tido 30 segundos para dizer, por exemplo, que este Governo, este Ministro, anterior
líder parlamentar do CDS, pela primeira vez em Portugal, atribuiu aos trabalhadores a recibos verdes que
trabalham mais de 80% para a mesma entidade patronal a possibilidade de terem direito a subsídio de
desemprego. Não arranjou 30 segundos para dizer isso, Sr.ª Deputada!
Aplausos do CDS-PP.
E a Sr.ª Deputada, que já falou 10 minutos sobre segurança social, contando com as respostas a pedidos
de esclarecimento — enfim, está na sua liberdade de dizer o que quer e bem entende durante o seu tempo
parlamentar, mas não deixo de o notar —, não falou sobre matérias como, por exemplo, a majoração do
subsídio de desemprego para os casais em que ambos estão desempregados e têm filhos a cargo, também
prometida por esta bancada.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Vai subir o subsídio de desemprego?
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Deputada, deixe-me dar-lhe a notícia de que isto foi aprovado
hoje mesmo em Conselho de Ministros. A diferença entre este e o anterior governo é que não anunciamos,
fazemos!
Aplausos do CDS-PP.
Mas a Sr.ª Deputada também não arranjou tempo para falar no descongelamento das pensões mínimas
sociais e rurais, no valor de mais de 70 milhões de euros. Sabe onde é que fomos buscar esta verba, Sr.ª