12 DE OUTUBRO DE 2012
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prosseguindo o ajustamento de um modo controlado, passo a passo, protegendo os mais fracos. E, cumprindo
o caderno de encargos que este Governo foi forçado a aceitar, importa mobilizar a sociedade para um rumo de
progresso que nos coloque num caminho de maior justiça e equidade, que nos liberte de peso da dívida e que
devolva a liberdade de escolha aos portugueses, a liberdade que Portugal precisa para acreditar que há um
momento depois da troica e que a sociedade está preparada para os seus desafios, desafios que temos que
vencer tendo a inovação, o conhecimento e a criatividade como fatores centrais de uma nova confiança, de
uma ambição global, de uma capacidade de construir soluções para novos problemas, dotando o País de
novas capacidades, vencendo o desafio da competitividade, em suma, cumprindo o programa de mudança
que apresentámos aos portugueses, cujo pleno desenvolvimento nalguns domínios, há que reconhecê-lo, a
situação de emergência nacional com que fomos confrontados tem condicionado.
Termino, Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados.
Bem sei que esta última afirmação pode gerar algumas reações, mas que fique bem claro, que não haja
quaisquer dúvidas que a nossa ambição para Portugal, no que diz respeito ao crescimento económico e à
coesão social, vai para além do que está inscrito no Memorando de Entendimento.
Que fique também claro que a visão que temos para o País transcende o mero ajustamento económico e
financeiro, embora este seja um fator determinante para prepararmos o futuro.
Também não somos «austeritários» ou sequer vislumbramos na austeridade um fim em si mesmo, mas,
sim, antes de mais, um meio necessário para recuperar o equilíbrio das contas públicas.
Esse caminho nunca foi uma prioridade para o Partido Social Democrata. Pelo contrário, sempre pugnámos
por mais liberdade para os cidadãos, pela valorização do trabalho e reforço da competitividade das empresas,
por uma melhor economia com menos peso do Estado.
Mas, como VV. Ex.as
bem sabem, e infelizmente os portugueses também, o Estado consome mais de 50%
da riqueza nacional, gasta em média cerca de 80 000 milhões de euros e só consegue obter 70 milhões de
euros de receita, o resto é défice e dívida pública nacional. E foi o acumular deste desequilíbrio estrutural que,
em maio de 2011, obrigou o Governo a pedir o resgate financeiro, para evitar a bancarrota do Estado
português.
Por isso, hoje, aqui, perante os portugueses, renovamos o nosso compromisso geracional no sentido de
que tudo faremos para superar um dos momentos mais difíceis da história do nosso regime democrático,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Tenha mas é vergonha!
O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — … olhando para os desafios do futuro com a ambição e a
responsabilidade que sempre dedicamos a Portugal, porque acreditamos em Portugal e acreditamos nos
portugueses.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado Paulo Batista Santos, inscreveram-se, para lhe pedir esclarecimentos,
os seguintes Srs. Deputados: Michael Seufert, do CDS-PP, Heloísa Apolónia, de Os Verdes, Ana Drago, do
BE, Hortense Martins, do PS, e Paulo Sá, do PCP.
Pausa.
O Sr. Deputado Paulo Batista Santos informou a Mesa que responderá, primeiro, a grupos de duas
perguntas e, depois, a grupos de três.
Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Michael Seufert.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputado Paulo Batista Santos, gostaria de
cumprimentá-lo, em nome da bancada do CDS, e dizer-lhe que nos parece que a intervenção que aqui nos
trouxe, hoje, toca em vários pontos essenciais, e há um em particular que gostaria de relevar.