I SÉRIE — NÚMERO 10
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Hospitalar do Médio Tejo. E manifestamos, por conseguinte, a nossa preocupação porque, nesta fase,
tememos que a interrupção proposta possa vir a pôr em causa uma efetiva prestação de cuidados de saúde
de qualidade e uma distribuição equilibrada dos recursos nos concelhos de Abrantes, Tomar e Torres Novas,
prejudicando assim os utentes do Médio Tejo.
Porém, não ignoramos os problemas do Hospital Distrital de Tomar e do Centro Hospitalar do Médio Tejo e,
por isso, temos a plena consciência de que todo este processo não poderá, de forma alguma, comprometer a
qualidade dos cuidados prestados à população do concelho de Tomar.
Falamos do número de utentes abrangidos, dos recursos e respostas disponibilizados e, ainda, do acesso
a meios complementares de diagnóstico e à gestão justa e equilíbrios dos meios promotores de condições de
mobilidade dos cidadãos entre os diferentes polos. Este é um aspeto muito importante — a mobilidade, o
transporte dos doentes, entre os diferentes polos do Médio Tejo — e, por isso, estaremos atentos. É essa a
nossa posição. Estaremos atentos, assim como temos vindo a estar atentos a toda esta situação.
Poderemos até tentar entender as pretensões de quem desencadeou este processo de reorganização do
Centro Hospitalar do Médio Tejo, mas não baixaremos a guarda sempre que entendermos que autarcas,
utentes, profissionais de saúde, famílias e movimentos de cidadãos ficam à margem deste processo. E,
atentos, também aguardaremos pelas conclusões. É suposto que a reestruturação, nomeadamente a
reestruturação que foi desencadeada, venha reforçar o acesso dos utentes a cuidados de saúde de qualidade
e prestados com dignidade.
Por último, Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, queremos aqui reforçar que ficaremos atentos para que
em situação alguma haja uma degradação da qualidade da prestação dos serviços de saúde aos utentes e às
famílias do Médio Tejo.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.a Deputada Margarida
Neto, do CDS-PP.
A Sr.ª Margarida Neto (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Antes de mais, quero saudar
os 7553 subscritores desta petição e salientar que é sempre importante quando um tão grande grupo de
cidadãos se junta para, numa atitude cívica, apresentar uma petição a este Parlamento.
Enquanto Deputada eleita pelo distrito de Santarém, tenho acompanhado de perto a questão que aqui nos
é trazida pelos peticionários.
Desde o início de março deste ano que o Centro Hospitalar do Médio Tejo é outro. A reorganização dos
hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas tornou-se inevitável. Vários serviços e valências mudaram de
concelho.
O CDS não deixa de compreender os transtornos que esta reestruturação inevitavelmente trouxe para as
populações. No entanto, não podemos deixar de salientar que a manutenção «desgarrada» dos três hospitais
implicaria um custo muitíssimo significativo, o que não se compadece, de maneira nenhuma, com a atual
situação financeira que o País atravessa.
Numa altura em que tantos sacrifícios são pedidos aos portugueses não fazia qualquer sentido — e seria
até ofensivo — manter a duplicação e, muitas vezes, triplicação de serviços, com total dispersão de meios. A
política de má gestão que imperou fez com que, entre 2006 e 2011, os resultados destes hospitais fosse
quase calamitoso. As taxas de reinternamento, os tempos de espera para consultas e para cirurgias, o
desperdício, tudo isto já ultrapassava o limite do aceitável. As dívidas acumularam-se, e só a fornecedores
externos ao Serviço Nacional de Saúde a dívida era de 61 milhões de euros.
Naturalmente que, com este desgoverno, a qualidade dos serviços prestados foi afetada…
Protestos do Deputado do BE João Semedo.
O atual Governo não podia, de forma alguma, pactuar com esta situação. A qualidade na saúde é uma
prioridade inquestionável e da qual o Governo não abdica. Assim, a reorganização destes hospitais tornou-se
não só inevitável como imprescindível.