12 DE OUTUBRO DE 2012
79
O CDS tem consciência da extrema necessidade de uma reforma hospitalar mas compreende que as
populações se sintam inseguras e preocupadas face a uma mudança na área da saúde.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Margarida Neto (CDS-PP): — Preocupações essas que se agravam quando se levantam boatos,
muitas vezes infundados.
A este propósito, aproveito para esclarecer que o Governo assegurou à Comissão Parlamentar de Saúde
que não há qualquer intenção de privatizar o que quer que seja; que não houve nem vai haver nenhuma
alteração ao serviço de Psiquiatria; que não são praticados «preços diferenciados» — as taxas aplicadas são
as que estão previstas na lei — e não está prevista a eliminação de postos de trabalho, apenas uma
reafectação dos recursos humanos pelos três hospitais.
O Sr. João Semedo (BE): — Menos os que já foram eliminados!
A Sr.ª Margarida Neto (CDS-PP): — A concentração de uns serviços e a especialização de outros permite
ao Centro oferecer mais capacidade e qualidade no atendimento e, assim, poder alargar o número de utentes
servidos.
Não posso ainda deixar de enaltecer o espírito de diálogo desenvolvido com as autarquias, confirmado,
aliás, publicamente pelos três presidentes de câmara.
Enquanto Deputada eleita pelo distrito de Santarém, posso assegurar aos peticionários que o CDS
continua e continuará a acompanhar esta situação, no sentido de garantir à população dos concelhos de
Abrantes, Tomar e Torres Novas um acesso atempado aos cuidados de saúde, sempre com qualidade e
segurança.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Fica assim concluído este ponto da nossa ordem de trabalhos…
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, permita-me interrompê-la para dizer que ainda
não me foi dada a palavra para intervenção neste debate.
A Sr.ª Presidente: — Peço desculpa, Sr. Deputado. A Mesa não tinha registado a sua inscrição para
intervir.
Tem, então, a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira, de Os Verdes, a quem peço desde já desculpas
pelo lapso.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Em nome do Grupo
Parlamentar do Partido Ecologista «Os Verdes», queria começar por saudar os mais de 7500 cidadãos que
subscreveram a petição pela suspensão imediata do processo de reorganização do Centro Hospitalar do
Médio Tejo, em particular aqueles que estão, hoje, aqui connosco, uma saudação que, naturalmente, se
estende à Assembleia Municipal de Tomar que tomou a iniciativa e dinamizou também esta petição que,
agora, estamos a discutir.
Quando, há uns meses, durante o encontro que Os Verdes tiveram com a comissão de utentes dos utentes
de saúde do Médio Tejo, foi com alguma perplexidade que tomámos conhecimento da real dimensão e das
gravosas consequências que as intenções do Governo iriam provocar nas populações, com as alterações ao
nível da prestação de cuidados de saúde da região.
Em causa estava, e está, a decisão do Governo em retirar a valência de Medicina Interna, a redução da
urgência médico-cirúrgica em urgência básica, a extinção de quase metade do número de camas de que
atualmente dispõe o hospital de Tomar e a eliminação de mais de uma centena de postos de trabalho. Tudo
isto feito sem sequer ouvir as autarquias, sem sequer ouvir as comunidades envolvidas. Ora, na perspetiva de
Os Verdes, isto é inaceitável, porque o Governo acaba por virar costas às pessoas, enfraquecendo
substancialmente o acesso das pessoas aos cuidados de saúde.