ISÉRIE — NÚMERO11
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O Sr. JerónimodeSousa (PCP): — Não pode dizer isso!
O Sr. BernardinoSoares (PCP): — É falso!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Isso, Sr. Deputado, quero voltar a dizê-lo.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PCP.
E quero dizer-lhe, Sr. Deputado, que, se não quer ficar associado a essa instigação, então, tem de começar
a mudar a sua linguagem e a maneira como produz o debate político, em Portugal.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PCP.
O Sr. BernardinoSoares (PCP): — Violentos são os senhores que ofendem as pessoas todos os dias!
A Sr.ª Presidente: — Do Bloco de Esquerda, para formular perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado
Francisco Louçã.
O Sr. FranciscoLouçã (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, na madrugada de ontem, todos os
ministros terão aprovado a proposta de Orçamento do Estado. Quero fazer-lhe uma pergunta muito direta, que
é se esse Orçamento do Estado vai ser aplicado e executado pelos Ministros que o aprovaram.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra, para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, quero confirmar que o Conselho de Ministros aprovou, na
madrugada de ontem, como o Sr. Deputado disse, as linhas gerais do Orçamento e introduziu várias
alterações à proposta que foi circulada. Essa decisão do Conselho de Ministros será ainda objeto de
complementaridade na elaboração do relatório do próprio Orçamento, estando a proposta concluída ainda
durante este fim-de-semana e sendo ratificada pelo Conselho de Ministros na segunda-feira, de manhã.
Quando um Orçamento do Estado é aprovado em proposta de lei pelo Governo é remetido para o
Parlamento e será, depois, discutido e aprovado (espero), neste Parlamento, e executado pelo Governo.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado Francisco Louçã, faça favor.
O Sr. FranciscoLouçã (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o senhor está a matar a última
esperança da sua maioria. É que se havia alguém que suportava o Governo e que ainda encontrava razões
para fazer da sua fé alguma esperança era no sentido de que pudesse haver alguém que se preocupasse com
os problemas do País.
Ficámos a saber uma coisa deste Governo: é a primeira vez que um grupo de ministros divulga, quatro dias
antes da apresentação oficial do Orçamento, o projeto que o Governo está a preparar, e isso merece
discussão pelo conteúdo preciso dessa proposta.
Sr. Primeiro-Ministro, ficámos a saber com esta proposta que, quando há umas semanas, o Sr. Primeiro-
Ministro propôs que, na TSU, fosse tirado um mês de salário a todos os trabalhadores para o entregar às