13DEOUTUBRODE2012
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Partido Comunista Português cúmplice, para não dizer instigador, de atitudes de maior violência que possam
ocorrer, em Portugal.
Fica, desde já, esse reconhecimento, feito aqui pelo Governo, nesta Câmara.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PCP, batendo com as mãos nos tampos das bancadas.
O Sr. AntónioFilipe (PCP): — Está a falar do Marques Mendes! «Assalto à mão armada», disse o
Marques Mendes, não fui eu!
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, tem a palavra.
O Sr. JerónimodeSousa (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, em relação à sua resposta,
quero dizer-lhe o seguinte: honra é não faltar à palavra dada.
Aplausos do PCP.
Ofensivo é, de facto, o senhor levar à destruição da vida de muitos portugueses. Violento é o senhor, com
estas medidas, levar a que muitos portugueses hoje não saibam o que fazer no futuro. E violenta e agressiva é
esta política que tanto mal está a fazer ao País e aos portugueses.
O Sr. BernardinoSoares (PCP): — Exatamente!
O Sr. JerónimodeSousa (PCP): — Quando falamos em roubo, o senhor, obviamente, diz: «É um apelo à
violência». Coitado do ex-Deputado Marques Mendes que, com certeza, também estava a apelar à violência
quando falou no assalto que este Governo está a fazer ao bolso dos portugueses!…
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. JerónimodeSousa (PCP): — Mas fique sabendo, Sr. Primeiro-Ministro, a coerência e a firmeza da
nossa intervenção nunca calará, porque entendemos que mais grave do que tudo é assistir passivamente à
destruição que este Governo está a provocar, ao caminho para o desastre que está a fazer.
Não conte com a nossa passividade!
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. JerónimodeSousa (PCP): — Conte sempre com este tom firme, falando verdade, falando rijo,
sempre que for necessário, a bem dos portugueses e de Portugal!
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, ainda dispõe de tempo. Faça favor.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, o que está em causa na
resposta que dei ao Sr. Deputado não é o direito a debater ideias, nem a mostrar a nossa indignação, nem
sequer a disputar as nossas visões contraditórias, que podem perfeitamente sê-lo entre partidos diferentes
com perspetivas diferentes, sobre a realidade política.
O que quero reafirmar, Sr. Deputado, é que lamento profundamente que o Partido Comunista Português
queira reiteradamente ficar associado àquilo que não pode ser interpretado senão como uma instigação à
violência, em Portugal.