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I SÉRIE — NÚMERO 13

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Estado de Energia! E é preciso descaramento para vir dizer que não se fizeram cortes nos custos da

cogeração, pois o senhor só os criou, nunca os diminuiu!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Também acho que foi preciso descaramento quando o Sr. Deputado disse, ainda recentemente, que

achava que comprar carros da marca Audi era o custo da democracia.

É preciso descaramento, Sr. Deputado!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Vamos dar início a uma nova ronda de pedidos de esclarecimento, que terá os

seguintes oradores: os Srs. Deputados Hélder Amaral (CDS-PP), Miguel Tiago (PCP), José Luís Ferreira (Os

Verdes) e Lurdes Ribeiro (PCP).

Em primeiro lugar, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Economia e do Emprego, o Partido

Comunista Português desafiou-nos, hoje, a discutirmos uma política alternativa. Mas não tenho memória, é um

facto, de o Partido Comunista Português estar de acordo com qualquer medida ou alternativa apresentada por

este Governo.

O Sr. Honório Novo (PCP): — V. Ex.ª não está de acordo, mas continua a apoiar o Governo!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Portanto, é um discurso um pouco tautológico, uma vez que nunca

chegaremos a acordo. Embora reconheça a coerência do Partido Comunista Português, que é a do «quanto

pior, melhor». E sempre que algo melhora, diz: «Alto lá, temos um problema grave na situação do País».

Protestos do PCP.

O Bloco de Esquerda não foge muito dessa linha. Aliás, até queria fazer referência a um dado, que vale o

que vale, mas que é positivo (e eu, como estou do outro lado, gosto de olhar para os dados positivos e puxar

por eles), que é o da subida da produção no setor da construção no que respeita ao mês de Agosto, em que

Portugal teve o maior aumento da Europa a 27.

A esquerda dirá, seguramente: «Como baixámos tanto, como descemos tanto, este aumento não significa

nada». Pois, para nós, significa um dado positivo, significa, para as empresas, que há um sinal de esperança,

significa que há aqui uma possibilidade, significa que nem tudo é tão mau como parece. E este exercício, para

a esquerda, é tão difícil, tão difícil, que, de facto, me espanta! Mas, enfim, tenho a esperança de que um dia

possam dizer o que dizem sempre e, ainda assim, reconhecer qualquer sinal positivo, mesmo que tenham de

fazer um pequeno esforço para isso.

Da parte do Partido Socialista, durante este ano e meio, ouvimos dizer: «É preciso falar no crescimento

económico, é preciso falar na criação de riqueza e de emprego». Ou seja, assumiu, em parte — de forma

envergonhada e encapotada —, as responsabilidades do passado e deu um salto em frente ao dizer que é

preciso falar nisso. Pois, ontem, o Sr. Ministro fez uma comunicação ao País, dando um conjunto vasto de

soluções. Não serão as ideais, não serão as que todos nós gostaríamos de apresentar,…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não brinque connosco!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … mas são as que a nossa condição permite. E o que faz o Partido

Socialista? Não discute nenhuma delas, não discorda, nem ao de leve, de nenhuma delas, não apresenta

alternativas,…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É porque aquilo não é nada!