19 DE OUTUBRO DE 2012
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Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. António Filipe (PCP): — Vou terminar, Sr. Presidente, dizendo que este Governo pertence ao
passado, porque os portugueses acreditam que o País tem de ter futuro e porque a cada dia que passa
aumenta a convicção da necessidade de uma política alternativa, que existe e que, mais cedo do que tarde,
acabará por se impor.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para intervir, em nome do Governo, na fase de encerramento, tem
a palavra o Sr. Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares.
O Sr. Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares (Miguel Relvas): — Sr. Presidente da Assembleia
da República, Sr.as
e Srs. Deputados: Este Governo nunca escondeu a realidade, sempre dissemos que seria
difícil cumprir o Memorando de Entendimento com a troica.
Entendemos as dificuldades e reconhecemos o esforço adicional que estamos a pedir ao País, ouvimos a
angústia, mas é nosso dever falar com a maior franqueza, aliás, foram as ilusões e as fantasias que nos
trouxeram a esta situação «entre a espada e a parede».
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares: — A oposição tem apresentado duas teses
sobre o futuro de Portugal, ambas afirmam que a austeridade é dispensável e ambas estão erradas. Numa
delas, há um país imaginário que diz aos seus credores internacionais: «Vão-se embora já!»; na outra, há
também um país imaginário que põe os credores em sentido, ordenando a renegociação da dívida e o
prolongamento dos prazos.
O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Os senhores «põem-se de joelhos»!
O Sr. Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares: — Esta afirma, no fundo: «Por favor, senhores
da troica, fiquem aqui mais 10 anos».
É importante relembrar que foi o anterior Governo que pediu o resgate. Agora, os mesmos que nos levaram
à pré-bancarrota dizem que podemos «bater o pé» à Europa e abandonar o caminho do rigor, esquecendo
tudo o que já fizemos.
Os Srs. Deputados dos partidos da oposição falam em políticas alternativas à austeridade, mas no fundo
não têm soluções credíveis.
O Sr. António Filipe (PCP): — Vocês é que têm!?
O Sr. Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares: — Tem o PS alguma visão que permita resolver
os problemas estruturais do País sem exigir mais esforço aos portugueses? Propõe o PS alguma medida que
permita resolver os problemas estruturais de Portugal sem mais rigor financeiro? A resposta é não!
Sabemos, sim, que o PS pretende sujeitar os portugueses a um segundo programa de resgate. O País
quer o oposto.
O PS defende a troica em Portugal além de 2014. O País defende o oposto.
O PS não se quer livrar da troica. O País pensa o oposto.
Temos de dizer basta à política da bancarrota. Além disso, prolongar o programa de ajustamento sem um
consenso com os credores comprometeria as reformas, sentenciando Portugal a anos de limitação da sua
soberania financeira. As mudanças de que este País necessita seriam adiadas.