19 DE OUTUBRO DE 2012
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Aplausos do PS.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Isso tudo era aplicável àquele senhor que está em Paris! O homem
de Paris merecia ouvir isso!
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís
Menezes.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O debate de hoje podia terminar de melhor
forma, mas penso que a linguagem foi um bocado exaltada,…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — … porque ouvimos falar de «insanidade», de «cabeça delirante», de
«caceteiro-mor» do Governo, de «um Governo normal, conduzido por um Ministro das Finanças normal», de
«alucinada estratégia»…
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Podiam ter pedido desculpa!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Sr. Deputado João Galamba, reconheço-lhe imensos méritos, inclusive de
conhecimentos económicos teóricos, e reconheço até que é quase um verdadeiro talibã na forma como os
defende, mas, caramba, acho que todos ganhávamos em usar uma linguagem um pouco mais moderada,
sendo que isso implicaria sempre a defesa dos nossos pontos de vista com toda a coragem. Mas o Sr.
Deputado usou a linguagem que quis e vou também usar aquela que quero e dizer aquilo que considero
relevante.
O seu discurso final podia ter trazido uma alternativa, mas, de alternativas, trouxe zero. Zero!
Vozes do PSD: — Zero!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Podia ter trazido um mea culpa, e o Sr. Ministro da Economia lembrou-o, e
bem, depois da intervenção do Deputado Carlos Zorrinho, que veio falar de descaramento. Descaramento é
virem falar de cortes baixos nas rendas de energia, quando este foi o Governo que mais aumentou esses
cortes.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Podia ter feito também um mea culpa relativo ao passado! É que entendo
que muitos elementos do anterior Governo, independentemente de os considerar normais ou não, eram
completamente obstinados. E foram tão obstinados, tão obstinados, que nos levaram à bancarrota! Mas, sobre
isto, também não ouvi dizer uma palavra.
Saindo daquilo que, sinceramente, me parece interessar pouco e passando àquilo de que vamos ter de
falar, que é o Orçamento do Estado para 2013,…
Vozes do PS: — Ah!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — … gostaria de usar uma frase de Jean Paul Sartre, que dizia que ser livre
não é fazer aquilo que se quer, mas, sim, querer fazer aquilo que se pode. Infelizmente, o Orçamento do
Estado para 2013 é o único exercício que este Governo pode fazer, depois do estado miserável em que o
Governo socialista deixou o País, em junho de 2011.