27 DE OUTUBRO DE 2012
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Sr.ª Deputada, sobre os trabalhadores independentes, mantenho tudo o que lhe disse: estamos a fazer um
enorme esforço para resolver muitos dos problemas que nos foram deixados rela tivamente ao Código
Contributivo e estamos, no presente mês, a concluir o processo de 2011, para que todos os trabalhadores
independentes, que tiveram de ser reposicionados, que apresentaram reclamações as vejam devidamente
respondidas e de acordo com a justiça social que é indispensável aos seus requerimentos.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Para sacar o dinheiro não foi preciso requerimento!
O Sr. Presidente (António Filipe): — Segue-se no uso da palavra a bancada do Bloco de Esquerda, que,
devido ao pouco tempo de que dispõe, tem de gerir parcimoniosamente o seu tempo para não perder o direito
à réplica.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, quero fazer uma pergunta muito concreta, em
nome da Margarida, que tem 35 anos, é arquiteta, toda a vida foi precária e a quem o Sr. Ministro está a dever,
neste momento, 744 €, porque a segurança social colocou-a num escalão indevido.
A Margarida já não o questiona sobre todas as promessas que fez quando era Deputado, já não tem
paciência para isso! Sabe que, desde que o senhor é Ministro, tem de pagar mais impostos, mais segurança
social e, sobre o subsídio de desemprego, tem a dizer — talvez o Sr. Ministro não o saiba — que pessoas
como ela, que trabalham seis meses num sítio, três meses noutro, nunca vão ver esse subsídio de
desemprego de que o Sr. Ministro fala.
O que ela quer saber é quando é que o Sr. Ministro lhe vai devolver os 744 € que lhe retirou indevidamente
durante este ano e que são dela. A Margarida não tem um dia para ir fazer requerimentos para a segurança
social, porque neste momento até está contente porque tem um trabalho e não vai perder um dia para ir à
segurança social. Mas o dinheiro é dela.
A Margarida, que não é parva, sabe ler a lei e sabe ler o artigo 164. º do Código Contributivo, que diz
claramente que a entidade competente da segurança social tem de pôr oficiosamente no escalão abaixo do
rendimento. Portanto, a Margarida sabe, porque leu a lei, que aquilo que a segurança social fez é ilegal, que o
senhor, ilegalmente, roubou-lhe 62 € por mês, que neste momento já lhe está a dever 744 €, e a Margarida
quer o dinheiro agora e com juros, porque no ano em que ela se atrasou a pagar a segurança social também
pagou os juros.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra o Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social.
O Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social: — Sr. Presidente, se me permite, sobre a
questão dos trabalhadores independentes, pedia ao Sr. Secretário de Estado para responder.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra o Secretário de Estado da Solidariedade e da
Segurança Social.
O Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social: — Sr. Presidente, relativamente a
esta matéria, já tinha respondido à Sr.ª Deputada Rita Rato, pelo que reafirmo que não ficámos com o dinheiro
dos trabalhadores independentes.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Não ficaram?!