I SÉRIE — NÚMERO 17
30
urgência a situações emergentes de pobreza, de pessoas que caem no desemprego, de exclusão social, em
que essas pessoas precisam de coisas como dar uma refeição quente aos seus filhos. Estes são casos
concretos que acontecem nas famílias portuguesas.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Nem isso fazem! É uma vergonha!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — O que o Governo fez foi responder com urgência a essa
situação de emergência.
Sr. Ministro, no início do Programa de Emergência Alimentar, falou-se em centenas de cantinas. Gostava
de saber em que pé isto está e qual a verba disponibilizada no próximo ano para este programa.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Quanto executou?!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Em relação às pensões mínimas, pensões sociais e pensões
rurais, o Sr. Ministro aumentou-as em 2012 e vai voltar a promover esse aumento em 2013. Gostava de saber
se esse aumento também se vai refletir no poder de compra, tendo em conta o aumento da inflação, se vai
acompanhar a inflação ou se, pelo contrário, vai ainda aumentar em relação à inflação.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Solidariedade e da
Segurança Social.
O Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, permita-me
que comece exatamente pela última questão que abordou. Como sabe, Sr.ª Deputada, este ano, o aumento
das pensões mínimas, das pensões sociais e das pensões rurais — e estamos a falar de 1,1 milhões de
portugueses, em Portugal — foi de 3,1%. E, como sabe, a previsão de inflação para este ano vai ser menor.
No início do ano, o Governo previa uma inflação de 3,1% e, por isso mesmo, fez um aumento de 3,1%, mas a
verdade é que, neste momento, estima-se que a inflação seja só de 2,9%. Ora, isto quer dizer que, já neste
ano de 2012, os pensionistas da pensão mínima vão recuperar, em parte, o seu poder de compra.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Não vão recuperar nada!
O Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social: — Isto é muito importante, Sr.ª Deputada,
porque, no ano passado, num tempo em que Portugal nem sequer estava ainda debaixo de um período de
assistência financeira, nem sequer estava ainda debaixo de um Memorando de Entendimento com a troica, o
anterior Governo decidiu congelar todas as pensões, não isentando dessas pensões as próprias pensões
mínimas, pensões sociais e pensões rurais.
Sr.ª Deputada, para se ter a noção, estamos a falar de cerca de 30% do total dos pensionistas, em
Portugal. Para nós, é muito importante, Sr.ª Deputada, porque estamos a falar de situações que, do ponto de
vista social, são dramáticas, estamos a falar de pessoas que trabalharam uma vida inteira e que, muitas
vezes, não puderam descontar porque não existiam ainda sequer sistemas sociais para os quais as pessoas
pudessem descontar. Por isso mesmo, dar um pouco mais a estes portugueses é muito importante.
Como sabe, a inflação prevista para o próximo ano é de 0,9%. O Governo, perante isto, entendeu que era
possível fazer um aumento das pensões mínimas, para 2013, de 1,1%, conseguindo garantir efetivamente um
reforço do poder de compra, conseguindo garantir efetivamente que há não só um descongelamento mas
também um aumento, ainda que pequeno, ainda que limitado, face às dificuldades que o País está a
atravessar, exatamente para garantir que, do ponto de vista social, esta situação, que é tão relevante, possa
ter um entendimento um pouco diferente.
É nesse sentido, Sr.ª Deputada, um contraste entre a política social deste Governo e a política social do
anterior Governo.