I SÉRIE — NÚMERO 18
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Protestos do PSD e do CDS-PP.
… uma atitude de cooperação do Presidente da República e o benefício da dúvida que lhe foi dado pelos
portugueses.
Em troca dos pesados sacrifícios, o Primeiro-Ministro prometeu um desemprego de 13,2%, mas ele não
será inferior a 16%. O Primeiro-Ministro prometeu uma quebra do PIB de 1,8%, mas não teremos uma
recessão inferior a 3%. O Primeiro-Ministro prometeu um défice de 4,5%, mas este irá derrapar para além de
6%. O Primeiro-Ministro prometeu uma dívida de 112%, mas esta vai ultrapassar os 119%.
O Primeiro-Ministro colocou o País no caminho errado, o Primeiro-Ministro falhou, está perdido e não sabe
o que fazer.
Aplausos do PS.
O Primeiro-Ministro ora diz que está tudo bem, ora fala da necessidade de um segundo resgate.
Durante 16 meses, andou a dizer que estava tudo a correr bem e que ia tudo no bom caminho, mas, de um
dia para o outro, dá o dito por não dito e proclama a necessidade da refundação do Memorando.
Em setembro, o Primeiro-Ministro afirmou que mais um ano foi o reconhecimento de que o seu programa
de ajustamento era um sucesso, mas, agora, quer refundá-lo.
Em agosto, chegou mesmo a prometer o início do crescimento económico para o próximo ano e, agora,
quer refundar o Memorando.
No dia 15 de outubro, entregou o Orçamento do Estado para 2013, apresentando-o como um instrumento
suficiente para a continuação do sucesso do seu programa de ajustamento; agora, em duas semanas, em
apenas duas semanas, descobriu a necessidade de mais 4000 milhões de euros de austeridade. E, não
satisfeito, vem falar-nos de um segundo resgate.
Sr. Primeiro-Ministro, o que é que mudou? Afinal, estava tudo a correr tão bem… O que é que mudou, para
nos dar mais más notícias e para pedir mais sacrifícios aos portugueses? Explique, Sr. Primeiro-Ministro!
Aplausos do PS.
Mas, Minhas Senhoras e Meus Senhores, o Primeiro-Ministro, numa fuga para a frente, própria de quem
está desesperado, vem propor a refundação do Memorando. Para o Primeiro-Ministro, a refundação que
propõe não é mais do que uma tentativa de ocultar o falhanço da política do Governo e de reagrupar alguns
interesses privados, para desmantelar o Estado social.
Aplausos do PS.
O seu falhanço recessivo colocou o País a caminho do abismo. Não conte com o PS para o ajudar a
carregar no seu acelerador. Não conte!
Aplausos do PS.
O Primeiro-Ministro, através desta nova fórmula da refundação, tenta recuperar o projeto de revisão
constitucional do verão de 2010. Não nos esquecemos de que o líder do PSD, então, apresentou um projeto
de revisão constitucional que eliminava o conceito de «despedimento sem justa causa» e condicionava o
acesso de parte dos portugueses aos cuidados de saúde e à escola pública.
Aplausos do PS.
À sua proposta de refundação do Memorando, a esta proposta, respondi e respondo com muita clareza:
com o PS, não haverá revisão constitucional para destruir o Estado social. Não haverá!