31 DE OUTUBRO DE 2012
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monoparentais; o programa de requalificação de desempregados licenciados para áreas de maior
empregabilidade; até a várias modalidades de acumulação do subsídio de desemprego com o salário, tal como
decorre, de resto, da inovação que introduzimos este ano.
Estas medidas serão devidamente conjugadas com o amplo leque de disposições contidas em programas
que foram iniciados a meio do ano de 2012, como o Impulso Jovem e o programa Vida Ativa, e que, em 2013,
estarão em pleno funcionamento.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Não são escolhas fáceis as que temos pela frente. Sabemos que
muitos portugueses estão a sofrer neste período tão difícil. Ouvimos as ansiedades das famílias que, com
orçamentos apertados, educam os seus filhos e muitas vezes têm a seu cargo familiares que não têm meios
próprios de subsistência.
Vemos as dificuldades e frustrações dos desempregados, sobretudo dos que estão desempregados há
mais tempo e dos jovens que procuram integrar-se no mercado de trabalho.
Temos diante de nós, nas cidades e nos meios rurais, as novas formas de pobreza que surgiram em
Portugal nos últimos anos. Vemos os idosos entregues à solidão e a um dia a dia duro. Damos atenção aos
pequenos empresários, que lutam todos os dias para pôr em movimento as suas empresas e para garantir
boas condições de trabalho aos seus trabalhadores. Compreendemos as preocupações daqueles
trabalhadores que veem as empresas em que laboram entrar em dificuldades.
Nenhum membro do Governo é insensível à situação social do País. As escolhas difíceis que fazemos
correspondem ao objetivo de impedir que perigos maiores se abatam sobre o País,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É sempre a mesma conversa!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … para que, passada esta fase, e levando a bom porto o ajustamento
necessário da nossa economia, possamos abrir definitivamente um horizonte de esperança para todos. É a
pensar em todos os portugueses que estão em dificuldades, e não em nome da troica, nem de quaisquer
ditames ideológicos,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Claro que não…!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … que redobramos o nosso compromisso: o de preparar o País para um novo
ciclo de prosperidade e de justiça e o de nunca mais permitir que Portugal volte a passar por uma emergência
como a que hoje temos entre mãos.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Finalmente, permitam-me que situe esta proposta de Orçamento de Estado para 2013 no contexto
europeu.
É inútil negar que, nos últimos anos, se tem cavado um fosso entre a Europa do Norte e a Europa do Sul.
Julgo que todas as lideranças políticas europeias estão conscientes deste rumo intolerável. Mas, considerando
todas as dinâmicas políticas, económicas e sociais que emergiram, só poderemos impedir esta divisão se
levarmos a sério os princípios fundamentais de uma União forte: a solidariedade e a responsabilidade.
Nem por um momento deixámos ou deixaremos de convocar a solidariedade europeia. É, aliás, o que
temos feito neste últimos anos em diversas matérias europeias. Todavia, a solidariedade não resistirá sem a
assunção das responsabilidades que são de todos e das responsabilidades que são de cada um.
A unidade da Europa, um feito histórico extraordinário, e a condição da paz e da prosperidade europeias
nas últimas décadas tem nos nossos tempos um teste decisivo.
Como Estado-membro pleno e orgulhoso, Portugal também sabe quais são as suas responsabilidades.
Todos os olhos estão postos em nós. Em grande medida, a unidade europeia também se joga aqui: na nossa
vontade de concluirmos com sucesso a recuperação e na nossa capacidade de readquirir a autonomia.
Aplausos do PSD (de pé) e do CDS-PP.