2 DE NOVEMBRO DE 2012
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O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr.ª Presidente, referi, explicitamente, o n.º 2 do artigo 98.º para não
haver qualquer confusão.
Em relação às matérias elencadas no n.º 1, é preciso que o requerimento seja subscrito por um décimo dos
Deputados e, neste caso, não há votação, não há deliberação sobre ele. Nós não estamos a propor isso, o
nosso requerimento é para que se faça a votação nominal e é enquanto grupo parlamentar que o propomos. É
um direito que temos.
Estamos confiantes de que nenhuma bancada rejeitará a explicitação política individual de todos os
Deputados em relação a este Orçamento que, todos o reconhecem, é um Orçamento decisivo para o nosso
País, embora as apreciações sobre o mesmo sejam diferentes de bancada para bancada.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, houve aqui um pequeno erro, da minha parte, em relação ao n.º 1,
pelo que o Sr. Deputado tem razão, ou seja, só sobre as matérias previstas no n.º 1 é que é necessário o
requerimento de um décimo dos Deputados.
O artigo 98.º parece, apesar de tudo, mais fechado do que o Sr. Deputado Bernardino Soares está a
interpretar, porque fecha o conjunto das matérias do n.º 1, submetendo-as à necessidade de haver um
requerimento de um décimo dos Deputados, e fecha todas as outras matérias submetendo-as à necessidade
de ser a Assembleia ou a Conferência de Líderes a deliberar. Mas, se o Parlamento o interpretar do ponto de
vista da liberdade de qualquer grupo parlamentar apresentar requerimentos, creio que a Assembleia pode
fazer uma interpretação mais solta do artigo 98.º, que, verdadeiramente, é mais fechado do que parece à
primeira vista.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr.ª Presidente, peço desculpa…
A Sr.ª Presidente: — Faça favor, Sr. Deputado Bernardino Soares.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr.ª Presidente, não é nenhuma interpretação mais solta. Se a
Assembleia delibera é porque alguém o propõe, e nós estamos a propô-lo. É simples!
A Sr.ª Presidente: — Tem razão, Sr. Deputado.
Estou confinada a esta questão, sem ter o Regimento à vista, mas tem razão, Sr. Deputado, é mesmo
assim.
Tem a palavra, Sr. Deputado Luís Montenegro.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr.ª Presidente, é para anunciar à Mesa que nós, na bancada do PSD,
estamos preparados para votar esse requerimento.
A Sr.ª Presidente: — O problema é que falta ler todo o resto das normas do Regimento conexas, Sr.
Deputado.
Se o requerimento for admitido, nos termos do Regimento, tem de ser já votado.
Portanto, vamos votar…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, peço a palavra.
A Sr.ª Presidente: — Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, queria, justamente, chamar a atenção para aquilo
que a Sr.ª Presidente acabou de referir, ou seja, se o requerimento for admitido, tem de ser votado
imediatamente e não em momento posterior, e dizer que bem compreendemos o que está aqui em causa e
bem percebemos que aquilo que o Sr. Deputado Bernardino Soares pretende fazer é protelar os trabalhos
para que possam chegar a determinada hora, com determinados efeitos…