27 DE NOVEMBRO DE 2012
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O Sr. Secretário de Estado do Orçamento: — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, gostaria de fazer, no
tempo que me resta, dois breves apontamentos relativamente à execução orçamental. Creio que o boletim da
Direção-Geral do Orçamento (DGO) dá suficientes explicações, mas terei todo o gosto em discuti-las noutra
altura com os Srs. Deputados Pedro Filipe Soares e Honório Novo.
No que diz respeito à questão do cumprimento da meta do défice para o final do ano, Sr. Deputado Honório
Novo, no fim do ano cá estaremos para conversar sobre isso.
Por último, relativamente ao pagamento de juros, disse o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares que eu não
considerava o pagamento de juros um problema. Mas não, o pagamento de juros é, de facto, um problema. E
é um problema que resulta de decisões passadas, que resulta de termos acumulado défice, que resulta de
termos tido despesa a mais, mas nessa altura, Sr. Deputado, não me lembro de ter ouvido o Bloco de
Esquerda pedir que houvesse reduções de despesa, pedir que se reduzisse o défice.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Ouviu, ouviu!
O Sr. Secretário de Estado do Orçamento: — Do que me lembro é de, nessa altura, ouvir o Bloco de
Esquerda pedir mais despesa pública porque achava que com isso teríamos um aumento do nosso PIB.
Tivemos mais despesa pública e o nosso PIB ficou como ficou.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Também para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Abreu Amorim.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, quando se fala em
reprivatizações, a extrema-esquerda radical não consegue sair do casulo ideológico em que está
enclausurada.
O Sr. Honório Novo (PCP): — A extrema-direita também não!
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Podiam ser as regras da Lei n.º 50/2011 ou do Decreto-Lei n.º
186/2012, podiam ser outras quaisquer que a extrema-esquerda radical era contra porque sim, porque isso faz
parte da agenda ideológica que nos querem impor a todos, muito embora ela não contenha qualquer solução
de futuro.
Protestos do PCP.
Quanto aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, temos todos de reconhecer que a nacionalização
destes Estaleiros, feita em 1985, foi um desastre para a empresa: décadas de prejuízos acumulados, um
passivo de mais de 250 milhões de euros e,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E quem é que vai pagar o passivo?
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — … nos últimos anos de governação socialista, tudo isso foi
agravado com promessas miríficas e soluções pífias que nunca foram concretizadas.
Protestos do Deputado do PCP João Oliveira.
A reprivatização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo é a única solução para a preservação da
empresa e a manutenção dos postos de trabalho. É isso que interessa a este Governo e a esta maioria.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.