I SÉRIE — NÚMERO 23
6
O Sr. Adriano Rafael Moreira (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo e Srs. Deputados,
concluído que está o debate dos artigos relativos à segurança social, cabe aqui destacar duas importantes
conclusões.
A primeira é a de que está garantida a sustentabilidade da segurança social.
Vozes do PSD: — Exatamente!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — É mentira!
O Sr. Adriano Rafael Moreira (PSD): — Com este Governo, não repetirá o escândalo de 2009 — ano de
eleições —, em que, através de medidas eleitoralistas, que o próprio Governo revogou em 2010, a segurança
social foi colocada em causa, houve rutura de tesouraria e houve défice negativo.
Esta é uma primeira conclusão a tirar.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Adriano Rafael Moreira (PSD): — A segunda conclusão é a de que temos um Orçamento que,
apesar da conjuntura negativa, é de forte sensibilidade social. Dou dois exemplos: o aumento das pensões
mínimas e o reforço do subsídio de desemprego nos casais com filhos, em que ambos os cônjuges caem
nesta situação.
Vozes do PSD: — Muito bem!
Protestos da Deputada do PS Hortense Martins.
O Sr. Adriano Rafael Moreira (PSD): — Por último, Sr.ª Presidente, refiro algo de muito importante: as
medidas que o Governo aqui nos traz e que foram objeto de discussão tiveram por base um amplo debate
social, tiveram por base dois protocolos, um celebrado em 2012 e que se aplicou em 2012, e outro, também
celebrado em 2012, que se aplicará em 2013, dos quais fizeram parte as principais instituições sociais do
País.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para intervir, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado, do PCP.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo e Srs. Deputados, numa fase
em que estamos a concluir a discussão em torno da segurança social e de toda esta matéria social, queria
dizer ao Sr. Deputado do PSD Rafael Adriano Moreira que não está garantida a sustentabilidade financeira da
segurança social nem está garantida a equidade social deste Orçamento do Estado.
Uma das propostas que avocamos, precisamente para comprovar a falta de sensibilidade social e a
insanidade social que governa, hoje, a maioria do PSD e do CDS-PP, tem a ver com o subsídio de
desemprego.
Hoje, temos mais de 1 300 000 desempregados! Fruto das opções políticas do PSD, do CDS-PP e,
também, do PS, fruto do pacto de agressão, o desemprego não para de aumentar. E temos um problema
gritante: destes 1 300 000 trabalhadores desempregados, apenas cerca de 300 000 recebem o subsídio de
desemprego. Esta situação decorre de sucessivas alterações promovidas pelo anterior Governo do PS e pelo
atual Governo do PSD e do CDS-PP, que, sucessivamente, alteraram para pior as regras de atribuição do
subsídio de desemprego.
O que o PCP propõe é uma melhoria nas regras de atribuição, melhorando os prazos, as formas de
atribuição e os montantes para que, efetivamente, se tenha proteção social no nosso País.
Aplausos do PCP.