28 DE NOVEMBRO DE 2012
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impostos! Por melhor que seja a propaganda oficial, este Orçamento representa uma bomba atómica fiscal
sobre os portugueses, em particular sobre a classe média.
A questão fica ainda mais clara se tomarmos em consideração alguns exemplos concretos.
Um casal que tenha um ordenado-base de 750€ por mês/cada este ano pagou de imposto 1023 € e para o
ano vai pagar 1427€, um aumento de 39%; um casal que tenha um ordenado-base de 1000€ por mês/cada
este ano pagou de imposto 2525 € e para o ano vai pagar 3471€, um aumento de 37%; um casal que tenha
um ordenado-base de 2000€ por mês/cada este ano pagou de imposto 10 600 € e para o ano vai pagar 13
192€, um aumento de 24%.
O nível de impostos do próximo ano será insuportável para muitos portugueses. Este brutal aumento de
impostos só acontece para pagar a incompetência da execução orçamental do Governo.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
Se o défice deste ano tivesse sido de 4,5%, como previsto, este aumento de impostos não seria
necessário. O aumento brutal de impostos só é necessário porque o Primeiro-Ministro falhou o défice deste
ano, que fica em mais de 6%, isto é, muito acima dos 4,5% prometidos.
É esta diferença, provocada pela incompetência do Governo, que os portugueses vão ter de pagar com
mais impostos, com mais de 2500 milhões de euros em impostos. 2500 milhões de euros que tanta falta fazem
às famílias e à economia nacional!
Aplausos do PS.
O aumento brutal de impostos, em 2013, não vai pagar a despesa com as funções sociais do Estado. Vai
pagar a incompetência da execução orçamental do Primeiro-Ministro.
Aplausos do PS.
Sr.as
e Srs. Deputados: Durante o debate deste Orçamento, o PS tudo fez para aliviar os sacrifícios dos
portugueses, apresentou várias propostas de alteração, mas a maioria rejeitou as principais propostas do PS.
Recordo três das nossas propostas: fim da isenção do IMI relativamente aos fundos imobiliários de
investimento; tributação de dividendos de SGPS em igualdade com as empresas portuguesas; aplicação de
uma taxa sobre as parcerias público-privadas.
Estas três medidas garantiriam uma receita de 470 milhões de euros aos cofres do Estado e permitiriam
baixar as taxas moderadoras nos centros de saúde,…
Vozes do PSD: — Oh!…
O Sr. António José Seguro (PS): — … prolongar o subsídio social de desemprego, por seis meses, aos
desempregados sem qualquer tipo de apoio, revogar a proposta da taxa de 5% sobre o subsídio de doença e
de 6% sobre o subsídio de desemprego, manutenção do financiamento das universidades e dos politécnicos,
diminuição de uma décima da taxa máxima de IMI dos imóveis já avaliados e diminuição do IVA da
restauração para 13%.
Aplausos do PS.
Vozes do CDS-PP: — E a despesa?!
O Sr. António José Seguro (PS): — Repito: a maioria chumbou estas propostas do PS.
O Governo revelou que não tem capacidade de diálogo, nem vontade de fazer qualquer consenso com o
maior partido da oposição em benefício dos portugueses.