14 DE DEZEMBRO DE 2012
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, está aberta a sessão.
Eram 15 horas e 9 minutos.
Peço aos Srs. Agentes da autoridade o favor de abrirem as galerias.
Srs. Deputados, o primeiro ponto da ordem do dia consiste em declarações políticas.
Estão inscritos, do PSD, o Sr. Deputado Pedro do Ó Ramos, do CDS-PP, o Sr. Deputado Hélder Amaral e,
do PCP, o Sr. Deputado José Alberto Lourenço.
Tem a palavra, para uma declaração política, o Sr. Deputado Pedro do Ó Ramos.
O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: «Sem crescimento económico
não será possível pagar as nossas dívidas», disse há poucos dias um membro deste Governo.
Mais do que ninguém, este Governo reconhece a necessidade de Portugal retomar a sua atividade
produtiva e de cortar com as políticas passadas, baseadas nos consumos privado e público que nos levaram a
um insustentável nível de endividamento. Retomar a atividade produtiva, em particular de bens
transacionáveis, foi desde a primeira hora um desígnio do PSD e do atual Governo.
Protestos do Deputado do PCP Miguel Tiago.
Na verdade, nos últimos 18 meses de governação, a par de um enorme esforço para equilibrar as finanças
públicas nacionais, assistimos a inúmeras medidas do executivo com vista a estimular os agentes económicos,
nomeadamente em sectores estratégicos, como é o caso da agricultura.
Investir no setor agrícola e orientar as políticas públicas nesse sentido parece ser hoje um consenso na
sociedade portuguesa. Na verdade, o setor agrícola tem vindo a reconquistar peso político e económico com o
atual Governo. Hoje, este setor está presente em muitos dos discursos e das ideias para o crescimento
económico de Portugal dos diversos partidos políticos, dos economistas e da própria sociedade.
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Muito bem!
O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — Porém, nem sempre foi assim. Recorde-se que muitas das atuais
dificuldades que o setor hoje enfrenta resultam de erros de políticas passadas. Aliás, as comparações
internacionais demonstram que Portugal teve, na última década, crescimentos neste setor inferiores a países
com características agrícolas semelhantes.
O atual Governo, ao considerar a agricultura um eixo prioritário de crescimento e de desenvolvimento do
País, rompeu com a visão errada dos anteriores governos.
Neste contexto, o Executivo procedeu, ao longo dos últimos 18 meses, à adoção de medidas estruturantes
e dinâmicas para o reflorescimento do setor produtivo agrícola, tornando-o mais atrativo para investimentos
reprodutivos, criadores de riqueza e emprego. O rendimento na agricultura, em Portugal, cresceu 9,3%, em
2012, invertendo a tendência decrescente dos últimos anos.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Nos últimos 18 meses, assistimos a verdadeiros incentivos ao
crescimento e ao desenvolvimento do setor agrícola, dos quais podemos destacar alguns.
Em primeiro lugar, a instituição de uma bolsa de terras para fins agrícolas, cuja principal legislação,
publicada esta semana, pretende melhorar a rentabilização das terras cujos proprietários não possam, não
queiram ou não tenham capacidade para as utilizar e pretende ainda ser um elemento ao serviço do
desenvolvimento da agricultura portuguesa, interferindo na estrutura produtiva nacional.
Em segundo lugar, a utilização eficiente dos instrumentos financeiros à disposição do setor, como sejam os
fundos comunitários.
Após anos a aplicar ineficientemente as verbas da política agrícola comum (PAC) relativas ao regime de
pagamento único (RPU) e ao desenvolvimento rural, o atual Governo procedeu a ações concretas para efetuar
os pagamentos do primeiro pilar a tempo e horas, como sucedeu na revisão essencial do parcelário agrícola.
Assim, foi possível proceder a pagamentos comunitários atempados e prevenir novas multas relativas a
incorreções na fiscalização da atribuição das verbas comunitárias.