I SÉRIE — NÚMERO 30
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O Governo decidiu suspender o financiamento deste projeto e atrasar a sua conclusão; muitas vezes,
esteve em cima da mesa a assunção política da realização deste projeto em 2015, mas o certo é que, até
agora, não conhecemos instrumentos financeiros que o permitam. Ou seja, de vez em quando, vêm dizer
alguma coisa sobre esta matéria porque politicamente não a podem ignorar, mas o certo é que não
conhecemos esses instrumentos financeiros e essas garantias de conclusão do projeto. Era, pois, importante
que nos desse alguma informação sobre esta matéria.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro do Ó Ramos.
O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado João Ramos, muito obrigado pelas
questões que me colocou.
Registei a enorme dificuldade que teve em fazer críticas à intervenção que proferi, porque, de facto, se há
boas notícias neste País é no setor da agricultura.
Vozes do PSD: — Muito bem!
Protestos do PCP.
O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — O Sr. Deputado referiu que o Partido Comunista Português, já antes
da campanha eleitoral, falava de agricultura, mas há uma grande diferença entre o senhor e este Governo do
PSD: é que o senhor fala, mas nós fazemos!
Aplausos do PSD.
Além do mais, aquilo de que o Sr. Deputado fala é diferente do que o País precisa, porque, efetivamente,
defende uma política agrícola coletivista que os portugueses não querem e de que os portugueses não
precisam.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Não sabe o que é que isso significa!
O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — O Sr. Deputado disse ainda que a minha intervenção era feita num
tom de fim de festa. Não, Sr. Deputado.
Introduzo aqui uma pequena melhoria: de facto, de acordo com os números de ontem, crescemos 9,3%. É
verdade que a base era baixa — todos o reconhecemos —, mas não subia e agora começou a subir,
precisamente porque este Governo entendeu que a agricultura é um setor estratégico!
O Sr. Altino Bessa (CDS-PP): — É verdade!
O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — O Sr. Deputado cometeu um enorme lapso ao falar da necessidade de
substituir as importações pelas exportações. É que, se tivesse visto os dados de ontem dos resultados da
agricultura portuguesa, percebia que foi, de facto, pelo Alqueva e pelas culturas de regadio que Portugal
cresceu. Ou seja, a reconversão agrícola que está a ser feita também no seu — e no nosso — Alentejo tem
contribuído para que Portugal tenha crescido.
Este é definitivamente o caminho!
Não podemos adotar uma estratégia de consumo atrás de consumo, de despesa atrás de despesa, sem
que tenhamos convertido. E temos enormes exemplos disso. Esse trabalho deve-se ao Governo, mas deve-
se, sobretudo, aos empresários agrícolas e aos trabalhadores agrícolas, que acreditam e percebem, apesar
das dificuldades que têm sentido durante anos e anos, que têm aqui um caminho por fazer. E esses
trabalhadores acreditam porque há uma estratégia clara de previsibilidade e de sustentabilidade desta
agricultura, o que faz com que seja mais fácil.