12 DE JANEIRO DE 2013
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, Srs. Jornalistas, está aberta a sessão.
Eram 10 horas e 8 minutos.
Peço aos Srs. Agentes da autoridade o favor de abrirem as galerias.
Da ordem do dia de hoje consta um debate, ao abrigo do artigo 225.º do Regimento, com o Sr. Ministro da
Economia e do Emprego.
Como é do conhecimento de todas as bancadas, a ordem de intervenção dos partidos neste debate é a
seguinte: PS, PCP, BE, Os Verdes, CDS-PP e PSD. Tal como indica o guião, cada pergunta tem a duração
máxima de 2 minutos, seguida de resposta em tempo igual, podendo haver réplica com a duração máxima de
1 minuto, seguida de resposta com a mesma duração.
Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, vamos dar início ao debate.
Em primeiro lugar, tem a palavra, pelo PS, o Sr. Deputado Carlos Zorrinho.
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Sr. Ministro da Economia, já todos
sabemos que o País não tem Ministério da Economia.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Todos sabemos que as finanças tomaram de assalto a economia portuguesa e puseram em prática uma
agenda de empobrecimento e de destruição. Pois não é para isso que serve o Ministério da Economia! Ele
serve para fomentar o crescimento e o emprego. E o Sr. Ministro fomenta o crescimento e o emprego? Não,
não fomenta. Basta olhar para os números.
Temos hoje uma espiral recessiva sem luz ao fundo do túnel. O PIB (produto interno bruto) projetado para
2016 é inferior ao que tivemos em 2010.
Protestos da Deputada do PSD Conceição Bessa Ruão.
O desemprego ultrapassou todas as previsões e atinge hoje, diretamente, mais de 800 000 portugueses.
Milhares de empresas têm falido. Não há crédito disponível. O comércio externo continua muito dependente
dos combustíveis, como sabe, e com sinais de perda, como o demonstram os números de novembro.
As políticas de ligação entre as empresas e as universidades foram apagadas. Investigadores portugueses
de renome nem financiamento têm para registar as suas patentes de investigação fundamental.
Apesar de muitos anúncios, não assistimos a nenhuma reforma estrutural no setor. O que mais se
conseguiu foi anular áreas em que Portugal tinha uma liderança efetiva, como as energias renováveis.
Destruiu-se o sistema de formação profissional, o programa Novas Oportunidades, e no seu lugar ficou o
deserto.
A Sr.ª Ana Paula Vitorino (PS): — Isso mesmo!
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — O programa Revitalizar foi um flop e o programa Impulso Jovem tem estado
muito abaixo das expectativas.
Por isso, Sr. Ministro, queria deixar-lhe uma pergunta.
Todos sabemos que, em Portugal, não há Ministério da Economia, mas diga-me: quem é o Ministro? É
Passos Coelho, é Vítor Gaspar ou é o senhor?
Aplausos do PS.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente Guilherme Silva.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Economia e do Emprego.