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I SÉRIE — NÚMERO 40

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produção, como a energia, e ao acesso ao crédito? Não vale a pena referir parangonas de números redondos,

a nível nacional! O que é que está a ir para as empresas? É que as empresas estão a fechar, estão em

processos de insolvência e os trabalhadores, que geralmente são o elo mais fraco destes processos, não são

os culpados pela situação das empresas.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Vou terminar, Sr. Presidente.

E não é baixando os salários, os custos com o fator trabalho que se resolve o problema gravíssimo da

economia nacional. Substituir importações por produção nacional não se consegue aumentando a exploração

dos trabalhadores e deixando ao abandono as empresas nas questões fundamentais. Ora, é isso que o Sr.

Ministro está a fazer, sem dar resposta a estas matérias fundamentais.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Economia e do

Emprego.

O Sr. Ministro da Economia e do Emprego: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Bruno Dias, em relação à

questão do parque industrial da Autoeuropa, temos vindo a falar não só com as estruturas sindicais como com

as próprias empresas, de forma a conseguir ultrapassar as dificuldades da baixa procura que aconteceu nos

últimos tempos.

Estamos a trabalhar e, mais uma vez, a aposta é no ensino técnico-profissional, no sistema dual de

aprendizagem, em mecanismos nos quais podemos melhorar a formação dos trabalhadores que se encontrem

em período de dificuldades. Portanto, em relação ao parque industrial da Autoeuropa, estamos a tentar

encontrar soluções para as empresas que estão, neste momento, em dificuldades.

O Sr. Deputado falou numa questão muito importante, que é a dos custos da energia para as empresas —

isso é totalmente verdade.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Deviam baixar!

O Sr. Ministro da Economia e do Emprego: — Sabemos que os sobrecustos e as rendas que foram

imputados ao sistema nos últimos anos foram altamente danosos para as nossas famílias e para as nossas

empresas. Foi por isso que não hesitámos em fazer com que todos os produtores de energia — todos os

produtores, sem exceção — tivessem um corte nas suas rendas e, por isso mesmo, cortámos 2000 milhões de

euros nos custos da energia.

Assim, este ano, as nossas PME vão ter um aumento da eletricidade de 0%. Isso só foi possível porque,

pela primeira vez, um Governo, em Portugal, teve a coragem de cortar os custos da energia e ir contra as

rendas e os lobbies do setor.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma pergunta ao Sr. Ministro, tem a palavra a Sr.ª Deputada

Ana Drago.

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, creio que certamente há aqui um equívoco sobre os

termos deste debate ou a forma como o Sr. Ministro responde neste Parlamento.

Isto não é uma performance teórica sobre medidas com nomes mais ou menos pomposos que o Sr.

Ministro possa ter inventado ao longo do tempo. Este é um debate sobre resultados de política económica. E,

sobre os resultados, Sr. Ministro, há duas palavras que se impuseram no debate político, em Portugal, e que

não foram sequer pronunciadas pela esquerda, que são: espiral recessiva. Espiral recessiva é o que temos

pela frente.