12 DE JANEIRO DE 2013
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O Sr. Ministro da Economia e do Emprego: — Este não é um programa do Governo, é um programa de
Portugal. É um programa para estimularmos a valorização e a incorporação da oferta nacional e é um
programa para estimularmos exatamente a produção nacional.
Como disse, não nos movemos por sound bites ou por bandeiras fáceis. Consideramos importante incluir
todos naqueles projetos de que todo o País beneficia.
Protestos do Deputado do PCP Bruno Dias.
Espero bem que o Partido Comunista possa contribuir connosco, neste programa de valorização da oferta
nacional.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É só conversa!…
O Sr. Ministro da Economia e do Emprego: — O Sr. Deputado também falou sobre o fomento mineiro e
eu gostaria de referir que, se há Governo que apostou no setor mineiro e geológico, foi este.
A primeira estratégia, em 30 anos, de aproveitamento dos recursos geológicos fomos nós que a
avançámos: fomos nós que assinámos quase 100 contratos com empresas nacionais e internacionais, para
pesquisa e prospeção de minério, mas também de gás natural e petróleo; fomos nós que aprovámos o
primeiro plano de produção e desenvolvimento de uma empresa para produção e desenvolvimento de gás
natural e petróleo, em Portugal; fomos nós que demos um novo alento a este setor, que é um setor-chave para
a economia portuguesa e um setor-chave para o desenvolvimento regional português.
Por essa razão, as apostas e as propostas do Partido Comunista para reforçarmos, ainda mais, o fomento
mineiro serão certamente muito bem recebidas, por forma a promover a produção nacional.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para formular uma pergunta ao Sr. Ministro da Economia e do
Emprego, tem a palavra o Sr. Deputado Michael Seufert.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, já se falou disso antes, mas voltámos a
ouvir, da parte do Partido Socialista, que o senhor não tem uma palavra sobre o desemprego, que não tem
uma estratégia para o desemprego.
Ora, quando falamos de desemprego, é importante falar de quem é particularmente afetado pelo
desemprego. E há um fenómeno que é facilmente observável — não é uma questão que tenha a ver com
Portugal, mas que é comum em qualquer economia livre —, que é a grande diferença que há entre o
desemprego jovem e o desemprego médio. Em qualquer economia que analisemos, o desemprego jovem
situa-se sempre vários pontos acima — às vezes, o dobro — da taxa do desemprego médio.
Poderemos discordar em relação ao diagnóstico de por que é que isto acontece, mas julgo que é seguro
afirmar que as empresas sentem que pagam um prémio de risco quando contratam uma pessoa mais nova,
uma pessoa com menos experiência, uma pessoa que ainda não se conhece no mercado de trabalho e que
ainda precisa de alguma formação.
Também diria, numa apreciação pessoal, que as leis de trabalho não ajudam, pois tratam de forma igual o
que não é igual, porque quando são muito exigentes e muito rígidas em relação à contratação, naturalmente
beneficiam quem tem mais experiência, mais provas dadas, ao contrário do que sucede com aqueles que são
mais novos e ainda têm de mostrar o que valem, que são assim prejudicados por algumas leis muito rígidas.
Ora, em relação ao que já nos disse sobre o empreendedorismo jovem, sobre os apoios à contratação,
sobre o que o Estado pode fazer para diminuir o gap entre o que as empresas sentem quando contratam
alguém com experiência e o risco que assumem quando contratam alguém mais novo, que ainda não tem
provas dadas, pergunto se o Sr. Ministro e o Governo têm essa preocupação e se consideram que os
programas que aqui referiu, e outros que estão em elaboração, servem para combater esse problema.