I SÉRIE — NÚMERO 40
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Protestos do PS e do PCP.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É hilariante!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Srs. Deputados, peço que façam o silêncio necessário para que o
orador possa ser ouvido.
O Sr. Ministro da Economia e do Emprego: — Muito obrigado, Sr. Presidente.
Todos os indicadores macroeconómicos que recebemos como legado foram os piores dos últimos 100
anos. Os piores! Portanto, tentar diminuir o ponto de partida não é boa política, Sr. Deputado.
Em relação ao QREN, que foi o único ponto económico que referiu, vou dizer, mais uma vez, que esta foi a
melhor execução de sempre do QREN. Quando tomámos posse, a execução do QREN estava em 31% e,
neste momento, está em 60%. Ou seja, em ano e meio fizemos mais do que os senhores fizeram nos anos
todos que nos precederam, e fizemo-lo por uma simples razão: porque sabemos exatamente, por estarmos a
viver a maior crise do século, que os fundos comunitários têm um papel fundamental, preponderante, para
conseguirmos estimular a economia nacional.
Se, neste momento, temos as exportações a cair — embora, como sabemos, as nossas exportações para
o espaço extracomunitário continuem a crescer a um ritmo de cerca de 7% —, isso está a acontecer porque
estamos a viver uma grande crise mundial e, nomeadamente, uma grande crise europeia, o que afeta quer os
nossos índices de investimento, quer as nossas exportações, quer até a nossa procura interna e externa.
Por isso mesmo, Sr. Deputado, temos de utilizar os meios que estão ao nosso alcance para lançar as
bases para o crescimento económico, e é isso que este debate devia ser. Para além da já famosa linha de
ferrovia entre Sines e Grândola, quais são as propostas do Partido Socialista para fomentar a economia? Diga-
me, Sr. Deputado!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para formular uma pergunta ao Sr. Ministro da Economia, tem a
palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, no pouco tempo de que disponho queria
retomar uma das questões que lhe fiz sobre o setor mineiro. Na verdade, deixou-me «com água na boca» ao
dizer que havia um forte investimento no meu distrito, por isso espero que me possa dizer qual é e em que
setor.
Concentrando-me agora no Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), penso que o trabalho que está
a ser feito no turismo é meritório.
O trade costuma dizer que sempre que o Governo fala em setores estratégicos há qualquer coisa que
acontece de mal, e isso aconteceu no PENT anterior. Porque, apesar de a Organização Mundial do Turismo
ter dito — e é verdade — que a Europa continua a ser o maior destino de turismo do mundo, cada ano capta
mais turistas, o certo é que o PENT anterior ficou 21,5% abaixo das expetativas. Em termos de receitas
turísticas foi um descalabro e em termos de hóspedes internacionais situou-se 13% abaixo do esperado.
Na altura, alertei, dizendo: «Atenção, o documento parece ser bonito, toca todos os setores, mas corre o
risco de ser um ‘pente para carecas’». E confirmou-se que foi, de facto, um «pente para carecas».
Vozes do CDS-PP: — Exatamente!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Espero, Sr. Ministro, que este PENT seja mais realista, que não
assuste o trade, que seja certeiro e concreto no que são as potencialidades do País, e uma delas é
seguramente o turismo residencial.
Bem me lembro que uma das primeiras propostas que o Sr. Ministro fez tinha a ver com o turismo
residencial, tendo até falado — pode ter sido considerado um sound bite, mas parece-se ser uma ideia que se