12 DE JANEIRO DE 2013
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O que estamos a fazer é a eliminar a dívida tarifária até 2020 e estamos a fomentar o princípio de que a
energia deve estar ao serviço da economia, a energia deve ser menos onerosa na fatura das nossas famílias,
na fatura das nossas empresas e, acima de tudo, a energia também deve contribuir para o exercício de
reindustrialização do País que precisamos de levar a cabo nos próximos anos.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para formular uma pergunta, tem a palavra o Sr. Deputado do PS Fernando Jesus.
O Sr. Fernando Jesus (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, gostei de o ouvir dizer que os outros ministros
e os outros governos anteriores anunciavam medidas e que o senhor cumpre. Tenho, por isso, três perguntas
muito concretas para lhe formular e gostaria que não saísse daqui sem responder a cada uma delas.
Muito concretamente, começando pelo Aeroporto Francisco Sá Carneiro ou, se quiser, pela privatização da
ANA, e ao contrário do que foi anunciado, não ficaram acautelados os interesses estratégicos da região. Não
sou eu quem o diz, nem é o PS, é o Sr. Presidente da Junta Metropolitana do Porto, são todos os partidos, a
norte, as forças económicas e sociais da região. Eles não constam do caderno de encargos, ao contrário do
que o Governo apregoa.
Pergunto: agora como é, Sr. Ministro? Estava previsto, no anterior plano diretor do Aeroporto Francisco Sá
Carneiro — que, julgo, ainda está em vigor —, que quando atingíssemos os 6 milhões de passageiros/ano, o
aeroporto entraria em obras para aumentar a sua capacidade para 12 milhões. Ora, já ultrapassámos os seis
milhões de passageiros este ano, por isso pergunto: que solução, que futuro para aquele aeroporto? Esta é
uma pergunta que gostaria que ficasse respondida hoje.
A segunda questão prende-se com a política dos portos. Depois da anunciada centralização da gestão dos
portos, deixou-se de falar do assunto — e não se sabe bem porquê. O que é que se passa com a anunciada
junção da gestão centralizada, em Lisboa, de todos os portos nacionais? Por exemplo, em relação ao Porto de
Leixões, que é um dos portos rentáveis deste País, com uma capacidade fantástica no escoamento de
produtos da região e que dá lucro, anunciaram que a sua gestão passaria para Lisboa, deixando lá um
capataz, que depois vinha a despacho a Lisboa, num dia qualquer. Qual é, afinal, o modelo de gestão dos
portos que o Governo tem para nos informar?
A terceira pergunta, Sr. Ministro — não a podia deixar de fazer —, diz respeito ao Túnel do Marão, cuja
obra está parada há ano e meio por falta de dinheiro do empreiteiro. Ora, o Governo não pode «assobiar para
o lado», como se não fosse nada com ele, porque também lhe diz respeito e tem de ter uma saída para esta
situação.
Foram anunciados fundos comunitários que o Governo disponibilizou para financiar essa obra, mas ela
continua parada e são milhões de euros por mês que se perdem naquela obra, com um estaleiro a apodrecer.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Fernando Jesus (PS): — É um prejuízo: estão 200 trabalhadores a tomar conta de um estaleiro que
está parado há ano e meio. Quando é que o Governo assegura o financiamento e a execução desta obra?
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Economia e do Emprego.
O Sr. Ministro da Economia e do Emprego: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Fernando Jesus, em relação
à questão da privatização da ANA, a salvaguarda dos interesses do Aeroporto Francisco Sá Carneiro — e,
nomeadamente, da região Norte — está mais do que assegurada.
Se quiser, posso fazer-lhe chegar não só o caderno de encargos — que parece que o Sr. Deputado
conhece — como o contrato de concessão, que é onde fica consagrada a questão das taxas. E posso dizer,
muito concretamente, que no contrato de concessão não só se estabelece a obrigação de haver planos
estratégicos por aeroporto a cada cinco anos, mas também, e mais importante — salvaguardando os