18 DE JANEIRO DE 2013
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mais por força deste Governo do que propriamente por inação dos bombeiros. Mas é verdade que o País
arderia de norte a sul se não fosse a ação dos bombeiros portugueses.
E também é verdade, Sr. Deputado, que não se pode continuar a considerar os bombeiros como meros
auxiliares e combatentes de incêndios florestais. Devemos, sim, passar a considerá-los como parte integrante
do sistema nacional de proteção civil e como agentes de proteção civil que eles são.
A este propósito, quero perguntar-lhe — e, já agora, aproveito para referir todo o trabalho feito pelos
Governos anteriores a nível da legislação e da reordenação de toda a matéria relativa à proteção civil (e foi
grande a evolução nesses anos) — qual é a situação do financiamento das corporações de bombeiros, quer
em função da área de risco em que atuam quer em relação, nomeadamente, aos equipamentos de proteção
individual e aos equipamentos de combate às situações de emergência.
E quero com isto dizer, Sr. Deputado, que também gostaria que este Governo encarasse os bombeiros
portugueses como partes integrantes deste sistema, não apenas nas situações que referiu, mas como agentes
de corpo inteiro, como agentes a quem é reconhecida essa qualidade, e em que o Estado, interferindo, por via
da Autoridade Nacional de Proteção Civil, na atuação dos bombeiros…
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Isabel Oneto (PS): — Sr.ª Presidente, termino com esta pergunta: como é que o Governo entende
adequar essa mesma integração?
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Abel Baptista.
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, agradeço aos Srs. Deputados Maurício Marques e
Isabel Oneto pelas suas perguntas.
Começando por responder ao Sr. Deputado Maurício Marques, sobre se considero ou não fundamental a
questão da antecipação das verbas para os bombeiros num momento de situação difícil para todos e, muito
em particular, para aqueles que desempenham um papel essencial na proteção de pessoas e bens, como são
os bombeiros voluntários. Evidentemente que sim, Sr. Deputado. Essa é uma cultura deste Governo que
queremos que se mantenha e seja reforçada, não só pagando atempadamente como, sempre que possível,
fazendo a antecipação de pagamentos em circunstâncias em que sabemos que os dinheiros são bem
aplicados, como é o caso dos bombeiros voluntários neste País. Portanto, considero isso fundamental.
Sr. Deputado Maurício Marques, também considero fundamental a questão da prevenção primária e
secundária dos fogos florestais. É absolutamente prioritária e penso que é fundamental fazermos um
investimento nesse sentido. Hoje, quis aqui dar um enfoque sobretudo aos bombeiros, a esses homens, aos
tais «soldados da paz» que, muitas vezes, são ouvidos só em circunstâncias dramáticas e não são
devidamente apoiados.
Sr.ª Deputada Isabel Oneto, provavelmente não ouviu toda a minha intervenção, mas vou repetir-lhe uma
questão que referi no terceiro parágrafo: queremos continuar a aplicar medidas políticas de prevenção e
combate aos fogos florestais tomadas por governos anteriores, que consideramos positivas — é justo dizê-lo.
Não fizemos, pois, tábua rasa sobre o passado.
Sr. Deputado Maurício Marques, o papel dos bombeiros é fundamental como garantia de que temos
alguém para o socorro, e esse será o nosso grande objetivo relativamente aos bombeiros. Daí eu ter
terminado a minha intervenção com uma palavra de apoio, de incentivo, às suas corporações.
Não sei qual é a verba total relativamente ao passado, mas isso não é para mim, neste momento, o mais
importante. O mais importante é que, a partir de agora, os prazos estão a ser cumpridos e que os bombeiros
têm a previsibilidade de receber as verbas, coisa que não acontecia no passado!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem lembrado!