I SÉRIE — NÚMERO 99
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resposta célere, e é essa a responsabilidade que a maioria aqui hoje define perante todas as iniciativas
legislativas que estão em debate.
Pela nossa parte, vamos fazê-lo.
Apoiamos a iniciativa do PS, centrada principalmente nos portos de Portimão e de Faro e nas
acessibilidades do de Vila Real de Santo António, mas não descurando todas as obras pendentes,
nomeadamente nos portos de Olhão e Tavira.
Acompanhamos a importância dos pontos 1 e 2 do projeto de resolução aqui apresentado pelo PSD, que
prioriza a questão do porto de Portimão, mas que aposta na clarificação de competências na gestão dos
portos do Algarve, matéria que nos parece de grande sensibilidade. Não podemos, no entanto, acompanhar o
ponto 3, no qual se adiam para as calendas obras de intervenção e investimento que são absolutamente
prioritárias.
Saudamos também a iniciativa do PCP, que tem uma resposta global para o problema, nomeadamente
pela proposta de criação da administração dos portos do Algarve e a integração de todos os portos comerciais
de pesca e recreio nesta resposta global.
O que hoje discutimos e que decidiremos daqui a muito pouco é se queremos responder à gravidade dos
problemas ou se queremos meter a cabeça debaixo da areia enquanto se perde uma oportunidade para uma
região que já está arrasada pela crise, pelo desemprego e pela falta de oportunidades das políticas que têm
vingado nos últimos anos.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Para apresentar o projeto de resolução n.º 687/XII (2.ª), tem a palavra o Sr. Deputado
Miguel Freitas.
O Sr. Miguel Freitas (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Tomámos a iniciativa de
apresentação de um projeto de resolução sobre investimentos nos portos do Algarve, iniciativa essa que deu
origem a este debate e a um conjunto de projetos de resolução apresentados por diferentes partidos.
Apresentámos este projeto de resolução com grande sentido de responsabilidade porque julgamos que
este é o momento certo para fazer esta discussão, primeiro porque estamos a discutir o próximo programa
comunitário e porque consideramos que o investimento nos portos a nível regional é o último dos
investimentos públicos que falta fazer no Algarve.
A grande prioridade para o próximo programa comunitário é, de facto, o investimento nos portos do
Algarve. É isso que nós entendemos e que é comprovado pelo conjunto de iniciativas que acabaram por ser
expressas neste Plenário por todos os partidos.
Também consideramos fundamental corrigir um lapso deste Governo, que apresentou um Plano
Estratégico de Transportes com investimentos na ordem dos 2500 milhões de euros e nem uma linha para
investimento nos portos do Algarve. Esse Plano contemplava investimentos em todos os portos do País menos
nos do Algarve.
Portanto, a nossa iniciativa serviu também para corrigir esse lapso do Governo.
O conjunto de propostas que fizemos é objetivo: investimento no porto de cruzeiros de Portimão, no porto
comercial de Faro, no pequeno porto de cruzeiros de Vila Real de Santo António e em dois portos (apenas em
dois portos) de pesca, que, devo dizer, surpreende-me que tenham desaparecido do discurso da maioria,
porque o atual Secretário de Estado do Mar, quer na Comissão de Agricultura e Mar, nesta Legislatura, quer
no Algarve, já assumiu publicamente ir avançar com esses investimentos. Surpreende-me, pois, que a maioria
esteja, nesta altura, atrapalhada com a proposta concreta dos portos de Tavira e de Olhão, quando, há cerca
de três semanas, o Sr. Secretário de Estado esteve no Algarve e disse que ia avançar com o investimento no
porto de Olhão. E como o Sr. Deputado do PSD Cristóvão Norte sabe, o Sr. Secretário de Estado assumiu, em
sede de comissão parlamentar, que ia avançar com o investimento no porto de Tavira. Portanto, não
percebemos a indecisão manifestada pela maioria.
Houve ainda uma terceira razão para termos apresentado este diploma: o sentido do compromisso. Estes
cinco portos, no valor de 35 milhões de euros, num universo de 2500 milhões de euros que o Governo
inscreveu no Plano Estratégico de Transportes, é o compromisso que o PS aqui assume — e não é o