I SÉRIE — NÚMERO 104
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Os jovens fazem falta a este País. Mas o que o Governo diz é que os jovens não são necessários neste
País, por isso solicita-lhes a emigração, quase como se estivessem a fazer um favor ao Sr. Primeiro-Ministro
de modo a diminuírem as estatísticas. Não pode ser!
A sustentabilidade da segurança social, a produtividade deste País e o nível de receitas que chega ao
Estado só fazem sentido para servir os cidadãos (é para isso que o Estado precisa das receitas), e para que
tudo isto seja possível os jovens são necessários neste País, Sr.as
e Srs. Deputados.
Gostava ainda de acrescentar o seguinte: relativamente à iniciativa Garantia Jovem, o meu grande receio é
que não passe de um Impulso Jovem ao nível europeu. Eu tenho muitas dúvidas, Srs. Deputados,
relativamente a este programa.
Protestos do PSD.
Calma, Srs. Deputados!
A questão que se põe é esta: podem ser criados muitos programas — Impulso Jovem, Garantia Jovem —,
mas se, paralelamente, os níveis de austeridade e de recessão continuarem e se a delapidação económica
continuar, não há programa que consiga sustentar-se numa eficácia de modo a inverter a situação e a criar
emprego para os jovens.
O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Portanto, Sr.as
e Srs. Deputados, de facto, o que podemos
concluir é que precisamos de políticas concretas, eficazes e não de palavras, porque as palavras não enchem
a vida dos jovens. Os jovens querem vida no seu País e os senhores estão a negar-lhes isso.
Vozes do Deputado de Os Verdes José Luís Ferreira e do PCP: — Muito bem!
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Idália Salvador Serrão, do PS.
A Sr.ª Idália Salvador Serrão (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O desemprego é o maior
flagelo social do nosso País e Portugal não pode continuar a ser um País sem futuro, que não responde às
necessidades nem às expectativas dos seus cidadãos.
Aplausos do PS.
Um País que obriga a sua mais bem preparada geração a sair, sem esperança e na busca de um futuro
que o seu País lhe negou. Um País governado com base numa receita e num desempenho das finanças
públicas irreal, que não se verifica e que, lamentavelmente, se abate sobre os portugueses.
Em abril a taxa de desemprego em Portugal foi de 17,8%, subiu 2,4 pontos percentuais em relação a abril
do ano anterior: temos 945 000 desempregados em Portugal — mais 108 000 desempregados que no mês
homólogo do ano passado e mais 8000 que no mês anterior.
Desde que este Governo está em funções, desde junho de 2011, há mais 258 000 desempregados; desde
que este Governo está em funções, desde junho de 2011, o desemprego aumentou 38% e, se cada
desempregado é uma tragédia pessoal e familiar, os 945 000 desempregados representam uma tragédia para
economia nacional. E o impacto deste desemprego no consumo privado, na poupança e no investimento
impedem a capacidade de o País atingir o desenvolvimento e o crescimento económico de que todos
necessitamos e de que o País precisa.
Aplausos do PS.
Mas, Sr.as
e Srs. Deputados, estes dados são ainda mais preocupantes quando falamos de desemprego
jovem. Em Portugal, a taxa de desemprego jovem fixou-se em 42,5%, isto é, subiu 5,8% face ao ano anterior.