I SÉRIE — NÚMERO 106
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O Sr. Paulo Cavaleiro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Discutimos hoje as preocupações
que todos temos para melhorar a economia, criar riqueza e mais emprego. Uma dessas preocupações pode e
está a ser combatida com os fundos comunitários.
Já após a reprogramação que este Governo efetuou, alterando e afetando mais apoios para a economia e
criação de riqueza, hoje podemos constatar que este Governo apressou a execução do QREN, podemos
mesmo dizer que demos um salto na execução do QREN, injetando muito dinheiro na economia.
Este Governo fez mais em dois anos do que o Governo anterior fez em quatro. Essa é uma realidade que
ninguém pode negar.
Já para não falar no atraso de dois anos no início da execução deste Quadro Comunitário de Apoio. No
final de 2011, a taxa de execução era na ordem dos 39% e, neste momento, é de cerca de 64% e a taxa de
compromisso anda já perto dos 98%.
O PS gastou muito, mas executou pouco de um instrumento principal que tínhamos ao nosso dispor, o que
é estranho. Ainda hoje, nos interrogamos acerca desta questão.
Para continuar este bom trabalho nos fundos comunitários dos últimos anos, temos de ser mais eficazes,
mais ágeis, mais transparentes, mais rápidos, mais coordenados, mais simples e menos burocráticos.
O Governo está já a tomar medidas nesse sentido, de que é exemplo a criação da Agência para o
Desenvolvimento e Coesão, que junta três organismos que existiam anteriormente.
Está já em debate e em grande desenvolvimento a preparação do próximo Quadro Comunitário de Apoio.
O Governo quer, e bem, envolver ao máximo a sociedade civil, os parceiros sociais e os partidos neste debate.
Devemos, pois, concentrar os nossos recursos nas empresas que promovam a competitividade e criem
emprego.
O dinheiro não chega para tudo! O PSD apresentou uma resolução sobre esta matéria e já iniciou o debate.
Essa resolução contém 22 pontos na proposta de recomendação. Ontem mesmo, o Sr. Ministro Poiares
Maduro esteve na Comissão de Assuntos Europeus a debater essa resolução e o que disse, que é uma
realidade, é que vamos ter de fazer escolhas porque o dinheiro não chega para tudo.
O PS não pode continuar a dizer «nim», como é seu hábito em muitas matérias. É tempo de todos
tomarmos uma decisão que ultrapassa mais do que uma Legislatura. É tempo de dar o seu contributo.
Este Quadro vai ter quatro programas temáticos no continente, contra os anteriores três que existiam no
presente Quadro Comunitário de Apoio.
Gostaria de destacar aqui um, que se chama «inclusão social e emprego». O PS idealizou os anteriores
programas, mas é um Governo do Partido Social Democrata que insere a palavra «social» num dos programas
temáticos. É um sinal. Pode significar pouco, mas é um sinal importante da consciência que todos temos de ter
com a componente social cada vez mais relevante no futuro de Portugal.
Temos também de ser todos mais ambiciosos e conseguir captar mais fundos diretos da União Europeia.
Não nos podemos contentar apenas com esta espécie de rendimento mínimo garantido, que são os fundos
estruturais dos atuais quadros comunitários. Não podemos e não é aceitável que em alguns programas, como
acontece na área da investigação, paguemos mais do que os fundos que somos capazes de ir buscar ou
captar.
Estes novos tempos exigem uma nova atitude e uma atitude diferente. É importante que a oposição
perceba que, às vezes, tem de se saber dizer bem de algumas medidas e propostas. É diferente e ganha-se
credibilidade quando assim se faz.
Curiosamente, quando, na passada terça-feira, o Secretário de Estado do Desporto e Juventude anunciou
o financiamento comunitário para a execução da Carta Desportiva Nacional, um documento estruturante,
abrangente e transversal para a definição de uma política desportiva, o que ouvi não foi dizer bem, não foi
congratularem-se, mas, antes, o levantar de algumas reticências, dúvidas e questões, quando o processo está
a ter início num documento que é fundamental para a política desportiva em Portugal.
A gestão do próximo Quadro Comunitário de Apoio é uma matéria em que todos temos de estar unidos,
para que, através do novo Quadro Comunitário, se promova a competitividade, se crie emprego e se reforce a
nossa capacidade exportadora e de internacionalização.
Esta é uma matéria que todos temos de estar de acordo, para bem de todos.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.