28 DE JUNHO DE 2013
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Protestos do Deputado do PS Paulo Campos.
… e que deu as doses necessárias de instrumentos a cada uma daquelas frases que estavam no
Memorando de Entendimento para nós aplicarmos. E porquê? Porque este País tinha ficado doente, tinha
adoecido. E teve de vir um médico de fora aplicar estas mesmas «unidoses» que o Sr. Deputado agora, por
vezes, tanto contraria.
Mas, Sr. Deputado António José Seguro, digo-lhe mais. O senhor hoje veio apresentar uma medida, cuja
ideia fundamental é o Estado ser bom pagador em relação às empresas, ser um exemplo em relação às
empresas. Quero, no entanto, recordar-lhe, Sr. Deputado António José Seguro, que, mesmo sem nada disto
estar aprovado e assente nesta altura, este mesmo Estado já pagou, no ano passado, em 2012, 1500 milhões
de euros de despesas antigas na área da saúde, que os senhores deixaram, e vai pagar, este ano, 432
milhões de euros também na área da saúde, que os senhores também deixaram.
Por isso, Sr. Deputado, como «recordar é viver», queria deixar-lhe estas notas para que a memória
também não se apagasse. Mas quero também deixar-lhe este sentido de responsabilidade que o Partido
Social Democrata e o CDS-PP têm de discutir propostas concretas e de perceber que este Partido Socialista
quer mudar de rumo, quer, de facto, apresentar alternativas, quer construir um Portugal diferente, como todos
nós também queremos construir, quer fugir do passado, em que teve responsabilidades e de que foi grande
responsável, como todos também queremos fazer.
Queremos dar o exemplo de um Portugal diferente aos portugueses. Não podemos, nunca mais, repetir os
erros do passado.
Por isso, Sr. Deputado, cá estamos, estas duas bancadas, à espera de propostas suas, todas as semanas,
sempre que divergir de nós.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Enquanto nós fazemos aqui este
debate, o País, de norte a sul, regista uma das maiores jornadas de luta de sempre, que mobiliza
trabalhadores de todos os setores, dos setores público e privado, mas que tem da parte dos empresários e
das empresas uma identificação, uma compreensão e uma adesão às razões, aos princípios e aos motivos da
jornada de luta contra a política do Governo que vai muito para além daquilo que os Srs. Deputados poderão
supor.
Aliás, quem conhece minimamente o País, quem dá ouvidos àquilo que é o sentimento e a realidade das
empresas, dos setores de atividade da economia do nosso País, tem a obrigação de saber que, para além dos
preconceitos e das caricaturas que são desenhadas pelos propagandistas de serviço do Governo e da maioria,
há muitos empresários que se identificam em pleno com a exigência e a luta que é desenvolvida hoje de norte
a sul do País por uma mudança radical de políticas,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — … por uma demissão do Governo e pela convocação de eleições antecipadas,
por saberem que, perante este clamor e esta exigência de uma mudança de rumo, a resposta que o Governo
tem para o País é a de dizer: «Vamos continuar no mesmo rumo, vamos continuar neste caminho, vamos
continuar com as mesmas opções».
Portanto, Srs. Deputados, fica para VV. Ex.as
o conselho que foi dado ontem da bancada do Governo:
cuidado com a soberba! Há mais empresários que se identificam com esta luta do que aquilo que os senhores
supõem.
Posto isto, não podemos aqui deixar de registar que, para além daquela dificuldade que os Srs. Deputados
da maioria estão a demonstrar esta tarde em pronunciar as palavras «greve geral»,…
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Greve geral!