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I SÉRIE — NÚMERO 111

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Por isso, falemos a sério, olhemos para o problema que existe, ouçamos Carlos Moedas, por exemplo, se

não querem ouvir outras pessoas, mas ouçamos também Manuela Ferreira Leite, oiçamos todas e todos

aqueles economistas, da direita à esquerda, que dizem que esta dívida não é pagável, e se ela não é pagável

tem de ter uma resposta.

A resposta do Bloco de Esquerda é clara: renegociar dívida, ter a certeza que temos capacidade de olhar

para os credores e dizer que há um País que não aceita amputar o seu futuro para pagar a especulação; que

há um País que quer discutir o seu futuro e não o coloca na mão daqueles que especularam sobre a sua

dívida. Mas dizer também, com todas as letras, àqueles que dizem que assinaram o Memorando para resgatar

o País que não há resgate algum no Memorando com a troica.

Vozes do BE: — Exatamente!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — O que há é o empurrar o País para o fundo!

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Termino já Sr.ª Presidente.

Não nos deram a mão, colocaram-nos o pé em cima — é exatamente disso que estamos a falar. Ou

rompemos com isso e temos a voz de dizer na Europa que os países não são ratos de laboratório e têm

pessoas, têm povos e têm voz, ou vamos continuar por este caminho do desastre que o PSD e o CDS sabem

que teremos pela frente.

Termino, Sr.ª Presidente, dizendo o seguinte: a proposta do Bloco de Esquerda é clara, séria, aliás, a única

alternativa em cima da mesa, porque aquela que a maioria nos traz já todos percebemos que não é alternativa

porque não tem saída, não é alternativa porque não tem Governo, por muito recauchutado que ele seja, e não

é alternativa, principalmente, porque não tem povo, e é exatamente por isso que fogem às eleições.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Meireles, que dispõe de

muito pouco tempo de intervenção.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, serei breve e telegráfica.

Sr.as

e Srs. Deputados, pretendo prestar dois esclarecimentos à Câmara que, creio, não diria que tenham

sido mal entendidos; pelo contrário, diria que foram voluntariamente mal interpretados, para utilizar outra

expressão.

O primeiro prende-se com o compromisso do CDS com os pensionistas.

Gostava de dizer ao Sr. Deputado Pedro Filipe Soares que os pensionistas sabem bem que com o CDS

falam diretamente, não precisam de intérpretes…

Risos do BE.

…e, sobretudo, não precisam do Bloco de Esquerda.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — E, em segundo lugar, sabem outra coisa muito importante, sabem

bem quem foi que lutou até às últimas consequências para descongelar as pensões mínimas, sociais e rurais,

e quem tirou esse objetivo. Não foi o Bloco de Esquerda com manifestações e palavras vãs, foi o CDS e foi

esta bancada com atos, com compromissos e com sacrifícios.

Isto significa que os pensionistas, em Portugal, sabem bem a diferença e que o que os protege não são

manifestações, não são palavras, mas, sim, atitudes.