12 DE JULHO DE 2013
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nada… Nem transcrições de várias atas, absolutamente factuais, sobre algumas matérias, foram acolhidas.
Lamentamos, pois, que não tenha havido esse esforço por parte do Deputado relator para que os nossos
contributos fossem conjugados com as propostas que existiam.
Do mesmo modo, apresentámos cerca de 200 propostas de conclusão, que também abrangiam os
variadíssimos Governos e que, do nosso ponto de vista, podiam ser conjugadas com a proposta que estava
em cima da mesa. Lamentamos que, dessas 200 propostas, também nenhuma delas tenha sido incluída.
Valorizamos, no entanto, positivamente — daí a distinção que fizemos em votação parcelar —, que muitas
das nossas propostas para o futuro (é também o futuro que importa e que nos move) tenham sido acolhidas
pelo Deputado relator. Refiro-me, nomeadamente, à renegociação das parcerias público-privadas, sem excluir
nenhuma solução, de modo a que as concessionárias e as instituições financeiras também contribuam para o
esforço dos portugueses; a um maior papel da Assembleia da República nesta matéria; a um maior consenso,
em termos de investimento; a uma revisão do Plano Rodoviário Nacional; a um observatório das parcerias
público-privadas, aqui, na Assembleia da República; ao facto de a matéria das multas também ser conjugada e
previamente comunicada às várias instituições, designadamente à Assembleia; a uma consensualização ao
nível de uma lei de programação de investimentos a cinco anos (propusemos um valor de encargos, mas
poderá ser equacionado) que seja apresentada anualmente e que algumas matérias, acima de determinado
valor, tenham de vir previamente à Assembleia da República para efeitos de fundamento.
Fizemos também propostas ao nível da revisão do investimento, estando agora em debate no seio da
União Europeia o modo como deve ser calculado, ao nível das incompatibilidades e ao nível do registo de
interesses.
Parece-me, pois, que há um caminho positivo e que o Partido Socialista fez a sua parte no que diz respeito
a muitas propostas de recomendação para o futuro, que temos de trilhar em conjunto.
Apresentámos, ainda, uma proposta no sentido de que todas as recomendações feitas por todas as
entidades que tiveram participação na Comissão de Inquérito fossem valorizadas e inseridas no relatório.
Portanto, entendemos que, ao nível das recomendações, temos um caminho positivo pela frente, mas
temos pena de que não tenha existido esse espírito de compromisso ao longo dos trabalhos e ao longo das
conclusões e do corpo do relatório.
Termino, Sr.ª Presidente, agradecendo a sua tolerância em relação ao tempo de intervenção, com uma
saudação ao trabalho do Sr. Presidente da Comissão. Já o fizemos na última reunião da Comissão, mas
queríamos fazê-lo também aqui, em Plenário. Como ele próprio disse, foi uma Comissão intensa, longa, difícil,
acalorada, mas que teve um excelente Presidente. Algumas vezes, discordámos do Presidente, mas ele
ajudou-nos a levar os nossos trabalhos a bom termo.
Queria também elogiar — já o fizemos publicamente e na última reunião da Comissão, para a ata, mas
queria fazê-lo em Plenário — a excecional qualidade e dedicação dos funcionários da Assembleia da
República, porque contribuíram, e muito, para os nossos trabalhos.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Ainda para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Encarnação.
O Sr. Nuno Encarnação (PSD): — Sr.ª Presidente, intervenho apenas para corrigir algumas coisas que
foram ditas pelo Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo.
Primeiro ponto: o Sr. Deputado esqueceu-se de referir que os contributos e as conclusões que o Partido
Socialista sugeriu para este relatório foram aceites pelo Sr. Deputado relator, tendo sido proposto que
ficassem como anexo do próprio relatório — foi o Partido Socialista que não aceitou esta condição. Por isso,
em abono da verdade, e para que todos os presentes neste Hemiciclo fiquem esclarecidos, é preciso repor
exatamente o que aconteceu.
Segundo ponto: as recomendações que o Partido Socialista apresentou foram todas aceites no relatório da
Comissão. O que é estranho é que o Partido Socialista, depois, na votação final das mesmas, se tenha abstido
nas mesmas recomendações — essa parte é que é estranha!
Sr. Deputado, de facto, há uma coisa positiva nesta Comissão: ela não serviu para branquear nada nem
ninguém, serviu apenas para tornar transparente o que estava opaco, aquilo que era pouco transparente nas