3 DE OUTUBRO DE 2013
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de recessão e de empobrecimento. Por muito que vos custe, o PS é o pivot de uma plataforma alargada de
mudança.
Os portugueses, em 29 de setembro, convocaram-nos para este desafio.
Como sempre, ao longo da nossa democracia, respondemos: presente!
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Luís Montenegro e
Hélder Amaral, aos quais o Sr. Deputado Carlos Zorrinho responderá separadamente, conforme informou à
Mesa.
Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Carlos Zorrinho, em primeiro lugar,
permita-me que transmita à Câmara e, em particular, ao Sr. Deputado, sem qualquer tipo de subterfúgio e sem
tibiezas, uma palavra de felicitação pelo resultado alcançado pelo Partido Socialista.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Objetivamente, o Partido Socialista venceu, no plano global e nacional,
nestas eleições. Conquistou mais mandatos, mais presidências de câmaras municipais e um maior número de
votos. E, objetivamente, o PSD não cumpriu os seus objetivos para esta campanha eleitoral.
Mas isso, Sr. Deputado, não significa que seja legítimo, do ponto de vista político, fazer a apreciação que
V. Ex.ª fez na tribuna.
Hoje, durante a tarde, já aqui foram avançados vários argumentos que contrapõem a leitura aqui feita por
parte do Sr. Deputado Carlos Zorrinho.
Leitura essa, de resto, contrária àquilo que, por exemplo, o Partido Socialista fez, em 2009 ou em 2005,
quando estava no Governo e perdeu copiosamente as eleições autárquicas. Só há um exemplo em que o
Partido Socialista fez uma leitura nacional das eleições autárquicas — e esse exemplo aconteceu em 2001. É
que, em 2001, não foi o PSD, na oposição, que reclamou que o Governo se demitisse em função dos
resultados das autárquicas; foi o Primeiro-Ministro, ele próprio — na altura, o Eng.º António Guterres —, que
quis assumir o resultado das autárquicas como um indício de que não tinha condições para continuar a
governar, tal era o «pântano» a que tinha conduzido o País, nas palavras do próprio, Sr. Deputado.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Exato!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Agora, deixe-me dizer-lhe que fiquei muito surpreendido com uma
expressão utilizada por V. Ex.ª na tribuna. Disse V. Ex.ª (e passo a citar, na medida do possível) que a
responsabilidade do Partido Socialista e do seu líder tinha crescido com o resultado eleitoral de domingo.
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Sim!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Devo dizer-lhe que tenho uma leitura completamente diferente por duas
razões.
Em primeiro lugar, porque a responsabilidade acrescida que decorre para o exercício da ação política do
Partido Socialista é aquela que tem a ver com o facto de haver 150 presidentes de câmara que, esses sim,
assumiram uma nova responsabilidade, que é a de conduzir a política autárquica nos respetivos concelhos.
Agora, a responsabilidade política do Partido Socialista e do Deputado António José Seguro mudou de sexta-
feira da semana passada para domingo à noite?
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Para os portugueses, sim!