I SÉRIE — NÚMERO 17
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A conjugação dos dois fatores que citei — ser este o último Orçamento do Estado do Programa assinado
por VV. Ex.as
com a troica e ser o primeiro Orçamento do Estado com um princípio de crescimento na
economia — constitui um desafio para todos os agentes políticos. O primeiro fator devolve-nos à altura que
indiscutivelmente temos como Nação e o segundo pode trazer-nos oportunidades que merecemos como
sociedade.
Quando as coisas começam a mudar, ficar entrincheirado numa estratégia algo metódica e melancólica de
recusa permanente não é um exercício sustentável.
Presumo que o Partido Socialista, partido fundador do regime democrático, meditará melhor tanto sobre o
fim do resgate como sobre o princípio de uma retoma. São factos bons para Portugal e não são factos
irrelevantes para um partido que, estando hoje na oposição, certamente almeja o direito de um dia voltar a
governar Portugal.
Portugal precisa da nossa e da vossa humildade. Como atentamente vem dizendo o Governador do Banco
de Portugal, é preciso um entendimento sobre a repartição dos frutos de crescimento, equação que não
dispensa o contributo do socialismo democrático.
Termino, por isso, não apenas com uma palavra humanista sobre aqueles que receiam, que temem, que
estão inquietos e que têm algo a perder, mas também com uma palavra de esperança, porque a aprovação
deste Orçamento difícil não é o fim do princípio, mas é o princípio do fim de um tempo que, definitivamente,
queremos que vá para a gaveta da História,…
Protestos do Deputado do PS João Galamba.
… que de lá não saia outra vez e que não queremos voltar a viver no horizonte das nossas vidas e de que,
garantidamente, queremos livrar os portugueses, amanhã, de alguma vez passarem pela provação de o sofrer
e, evidentemente, de o testar.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Palavras de colaboracionista!
O Sr. Vice-Primeiro-Ministro: — Há uma possibilidade séria de Portugal conseguir, está mais perto do que
estava antes: basta que, em Portugal, haja o sentido de Estado de salientar o que une os que têm sentido de
responsabilidade; haja compromisso para superarmos, em condições de coesão, o tempo que ainda falta, que
é muito menos tempo do que aquele que já faltou; haja responsabilidade institucional partilhada.
E Portugal assim quer, Portugal assim pode e Portugal assim vai conseguir.
Viva Portugal!
Aplausos do PSD e do CDS-PP, de pé.
A Sr.ª Presidente: — Com a intervenção do Sr. Vice-Primeiro-Ministro, encerramos o debate, na
generalidade, das propostas de lei n.os
177/XII (3.ª) — Aprova as Grandes Opções do Plano para 2014, e
178/XII (3.ª) — Aprova o Orçamento do Estado para 2014.
Passamos, agora, ao período regimental de votações.
Antes de mais, vamos proceder à verificação do quórum, utilizando o sistema eletrónico.
Pausa.
Srs. Deputados, o quadro eletrónico regista 225 presenças, pelo que temos quórum para proceder às
votações.
Começamos por votar, na generalidade, a proposta de lei n.º 177/XII (3.ª) — Aprova as Grandes Opções do
Plano para 2014.