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I SÉRIE — NÚMERO 22

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nos devemos abster de quaisquer atitudes que de alguma forma possam contribuir para comprometer essas

mesmas relações de amizade e cooperação, que devem continuar a ser norteadas pelos princípios da

igualdade, do respeito mútuo e da não ingerência.

Assim, o Grupo Parlamentar do Partido Ecologista «Os Verdes», sublinhando a necessidade do

apuramento das responsabilidades que envolveram a morte dos três cidadãos angolanos, não pode

acompanhar os termos do voto apresentado pelo Bloco de Esquerda.

Os Deputados do Grupo Parlamentar do Partido Ecologista «Os Verdes», Heloísa Apolónia — José Luís

Ferreira.

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Relativa ao voto n.º 159/XII (3.ª):

Carlos de Abreu Amorim, Deputado do Grupo Parlamentar do PSD, vem apresentar a sua declaração de

voto, nos termos e fundamentos seguintes:

1 — Votei favoravelmente a moção n.º 159/XII (3.ª) — De saudação pela celebração do acordo nuclear

com o Irão (PS) por obediência ao sentido de voto definido na Direção do Grupo Parlamentar — contudo,

tenho sobre o conteúdo das mesmas as maiores reservas;

2 — A única solução viável para o desmantelamento nuclear do Irão não passa por acordos desta

natureza, tal como o exemplo paradigmático dos acordos similares com a Coreia do Norte demonstrou cabal e

reiteradamente;

3 — O desmantelamento do programa nuclear iraniano, para ser eficaz a médio prazo, terá de incluir o

desmantelamento de todas as centrifugadoras, o fim completo da extração de todo o urânio enriquecido, sem

esquecer a total cessação das atividades do reator de águas pesadas em Arak;

4 — O acordo sub judice nada faz de útil quanto a estes aspetos, tornando-se, assim, paradoxal e

contraproducente;

5 — Ao contrário, o acordo até permite o enriquecimento de urânio por parte do Irão — violando, de modo

flagrante, as Resoluções do Conselho de Segurança a este propósito;

6 — O Irão não desistiu de nenhum dos seus patentes objetivos bélicos e antissionistas;

7 — Infelizmente, a única consequência previsível deste acordo é encorajá-los…

O Deputado do PSD, Carlos Abreu Amorim.

——

No passado dia 29 de novembro, o Grupo Parlamentar do PS apresentou à Assembleia da República um

voto de saudação pela celebração do acordo estabelecido entre o Irão e os Estados Unidos da América, a

França, o Reino Unido, a Rússia e a China, tendo o Grupo Parlamentar do PCP votado favoravelmente, pese

embora aspetos enunciados nos considerandos de que discordamos e que exigem as seguintes observações.

Um primeiro aspeto que consideramos não poder ser escamoteado e que a realidade aí está a demonstrar

é que o principal obstáculo à segurança, à estabilidade e à paz no Médio Oriente é o imperialismo norte-

americano, pela sua estratégia recolonizadora, de ingerência e de guerra, que visa o controlo desta região e

dos seus imensos recursos — estratégia consubstanciada no denominado «Grande Médio Oriente» —, que

tem em Israel o seu principal aliado. Recorde-se que é Israel que oprime o povo palestiniano, que agride e

ocupa ilegalmente territórios da Palestina, da Síria e do Líbano e ameaça de agressão o Irão.

Do mesmo modo e ao contrário do que se pretende fazer crer, é precisamente Israel que é o real obstáculo

à eliminação das armas nucleares no Médio Oriente, pois é a única potência nuclear nesta região, não é

membro signatário do TNP (Tratado de Não Proliferação) e recusa submeter à monitorização da Agência

Internacional de Energia Atómica o seu programa e instalações nucleares. Sendo igualmente de salientar que

os Estados Unidos da América mantêm armas nucleares nesta região.