21 DE DEZEMBRO DE 2013
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O Sr. João Prata (PSD): — É, pois, incompreensível, Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, que um partido que
pretende, um dia, voltar a ser Governo tenha a desfaçatez de correr, apenas e só, no carril da demagogia, na
ausência do rigor, e tudo em nome da conquista do voto fácil.
Com mais esta demonstração, o PS continua aquém dos portugueses e refém de um passado bem recente
na memória dos portugueses. Mas a desfaçatez política é maior, mesmo muito maior, quando o PS, hoje e
aqui, vem reclamar o que, em 2011, propôs à troica encerrar.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. João Prata (PSD): — A verdade dos factos é que, em 2011, foi entregue um mapa onde havia o
compromisso de encerrar de vez a Linha da Beira Baixa, no troço entre Guarda e Covilhã. É, pois, este
Governo da maioria que está a criar as melhores condições para que a Linha continue a ser utilizada e que
desenvolve esforços notórios para que haja a boa expetativa de ultrapassar e reparar o grave erro do PS,
concluindo, efetivamente, a rede ferroviária, fazendo cruzar a Linha da Beira Alta com a Linha da Beira Baixa.
O Governo criou um grupo de trabalho que, pela primeira vez, reúne o Ministério da Economia e o
Ministério das Obras Públicas, para que subsista um efetivo pensamento estratégico sobre os transportes que
evite que, no futuro, o litoral continue a ser privilegiado em detrimento do Interior, como acontece atualmente
com três autoestradas.
Os autarcas, os empresários e as populações servidas pela Linha da Beira Baixa sabem hoje quem as
defendeu e sabemos hoje e aqui quem quer «passar pelos pingos da chuva», qual «lobo vestido de cordeiro».
A «formiga, formiguinha», no seu lento mas firme passo, consegue alcançar mais do que a pouco e menos
bem-falante «cigarra» socialista alcançou.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Em relação a esta matéria,
quero concordar com a parte inicial das intervenções de quase todos os Srs. Deputados, porque, de facto,
temos um problema para resolver no Interior — eu tenho, enquanto eleito pelo Interior.
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Um?! Vários!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Nesta Câmara, de todas as bancadas, pede-se rigor, serenidade,
verdade nos debates sobre aqueles que devem ser os serviços localizados no Interior. Mas não se protege o
Interior se, numa discussão que deve ser séria e isenta de demagogia, se der aso à imaginação, à demagogia,
mesmo que seja da boa, esquecendo-nos do que fizemos no verão passado e se fizermos de conta que
ressurgimos para uma nova realidade.
Em relação aos projetos de resolução dos partidos à esquerda do PS nada me surpreende, pois podíamos
estar a falar do troço Covilhã-Guarda ou de outro qualquer que a posição seria sempre a mesma: «não
encerra!» Aliás, se os apanhasse aqui com alguma distração e dissesse que tínhamos uma linha para as
Berlengas, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista Português e Os Verdes diriam logo: «Não fecha! Reabre
outra vez!». Portanto, para esses partidos, seja lá o que for, não há critério algum, não há qualquer raciocínio
lógico, usam, pura e simplesmente, de demagogia.
Coisa diferente é a posição do Partido Socialista, porque é partido de Governo, porque tem objetivas
responsabilidades na situação atual.
O Sr. Paulo Campos (PS): — É falso!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — O Deputado do PS que falou até foi responsável por ter deixado por
acabar um conjunto de troços, inclusive no seu círculo eleitoral, como é o caso do IC6 e outros, que são
fundamentais para o desenvolvimento do Interior, para a fixação das populações e para potenciar o