I SÉRIE — NÚMERO 35
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Permanecerá como memória e permanecerá, sobretudo, para alguns de nós, como uma inspiração para
toda a nossa ação política futura.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Srs. Deputados, naturalmente que eu próprio, a Mesa e também em
nome da Sr.ª Presidente da Assembleia da República queremos associar-nos a este voto de pesar de uma
forma muito especial e muito profunda.
Era um Deputado em funções, era um dos melhores de nós todos.
Foram aqui salientadas as suas qualidades. Era um democrata autêntico que conseguia conciliar o binómio
de combatividade pelas suas convicções com o respeito, a tolerância pelos adversários, pelas opiniões e pelas
ideias diferentes das suas.
O Parlamento perde alguém que deu aqui um contributo extremamente importante para a nossa vida
parlamentar e que tinha ainda muito a dar, nas várias frentes em que intervinha, e que, por certo, não deixaria
de continuar essa caminhada exemplar de combativo e de democrata.
Naturalmente que estamos todos profundamente chocados com a morte de um Deputado ainda tão jovem,
como aqui foi referido pelo Deputado Telmo Correia.
Não posso deixar de aproveitar a oportunidade da presença dos familiares para, em nome da Assembleia
da República e da Mesa da Assembleia da República, endereçar as nossas sentidas e profundas
condolências, bem como ao Grupo Parlamentar do Partido Socialista e ao Partido Socialista.
Srs. Deputados, vamos votar o voto n.º 167/XII (3.ª) — De pesar pela morte do Deputado Manuel Seabra
(PS, PSD, CDS-PP, PCP, BE e Os Verdes).
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Srs. Deputados, vamos guardar 1 minuto de silêncio pela morte do nosso querido Colega, Deputado
Manuel Seabra.
A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.
Srs. Deputados, vamos passar ao voto n.º 168/XII (3.ª) — De pesar pelo falecimento de Eusébio da Silva
Ferreira (PSD, PS, CDS-PP, PCP, BE e Os Verdes).
Eu próprio vou proceder à leitura do voto de pesar:
«Eusébio da Silva Ferreira ganhou a eternidade. Deixou-nos a marca de um talento sem par, a memória da
simplicidade e da humildade própria dos grandes homens e o estímulo do seu exemplo.
Foi no dia 5 de janeiro de 2014 que o País e o mundo ficaram mais pobres. O Pantera Negra faleceu aos
71 anos de idade.
Eusébio, embaixador de Portugal no mundo, nasceu a 25 de janeiro de 1942, em Lourenço Marques (hoje
Maputo), Moçambique.
Em dezembro de 1960, com 19 anos, chega ao Sport Lisboa e Benfica, o seu clube de sempre e onde
deixou uma marca indelével. Marca essa que estende à Seleção Nacional e ao futebol mundial. Porque, como
agora é repetido incessantemente, Eusébio não é de alguns, mas de todos.
Às incomparáveis qualidades desportivas, Eusébio acrescentava as caraterísticas humanas que fizeram
dele uma referência afetiva para todos nós: rosto de diversas campanhas humanitárias e solidárias, homem de
uma naturalidade genuína e de um entusiasmo contagiante.
Eusébio da Silva Ferreira somou títulos a um palmarés humano que deles não precisava: sagrou-se 11
vezes campeão nacional, ganhou cinco Taças de Portugal e foi campeão europeu de clubes (1961/62).
Conquistou ainda a Bola de Prata sete vezes. Foi o primeiro jogador a ganhar a Bota de Ouro, em 1968,
proeza que repetiu em 1973. Pela Seleção Nacional, foi o melhor marcador do Campeonato do Mundo de
1966, onde Portugal obteve o terceiro lugar na competição.
'O maior futebolista português de todos os tempos' — forma como Eusébio é recordado por muitos —,
recebeu várias distinções nacionais e estrangeiras ao longo da vida, entre elas, os colares de Mérito
Desportivo (1981) e de Honra ao Mérito Desportivo (1990).