I SÉRIE — NÚMERO 35
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Foi nesses quatro anos em que foi Deputado na Assembleia da República que tivemos oportunidade de o
conhecer pessoalmente, de o conhecer melhor, e, particularmente nessa comissão de inquérito, cujos
trabalhos tiveram uma enorme intensidade, pudemos aperceber-nos da sua enorme capacidade de trabalho,
da sua enorme determinação, da sua combatividade, até da forma aguerrida como defendia as suas
convicções e as suas posições no trabalho parlamentar e da sua competência.
Mas tivemos também oportunidade de conviver com um ser humano merecedor da maior estima da parte
de todos aqueles que com ele puderam trabalhar e que com ele também puderam confrontar ideias, participar
e desenvolver um debate político com a vivacidade que é natural, vivacidade que ele próprio imprimia aos
debates em que participava.
Portanto, foi com enorme consternação que tomámos conhecimento que Manuel Seabra não se voltaria a
juntar a nós nos trabalhos parlamentares.
Queria aqui expressar, em nome do Grupo Parlamentar do PCP, aos seus familiares, aqui presentes, e ao
seu partido, o Partido Socialista, as nossas mais sinceras condolências.
O Manuel Seabra tinha muito ainda para dar a esta Assembleia e à democracia portuguesa. Esta
Assembleia, a nossa vida política e a nossa democracia perdem muito com o falecimento do Dr. Manuel
Seabra.
Apresentamos as nossas condolências aos seus familiares e ao Partido Socialista.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília
Honório.
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Bloco de Esquerda acompanha cada
palavra deste voto e quer deixar as mais sinceras e profundas condolências ao Grupo Parlamentar do Partido
Socialista, a todo o Partido Socialista, à família e aos amigos de Manuel Seabra.
Tendo a noção de que as palavras são tão difíceis nestes contextos, queria sublinhar alguns aspetos, um
dos quais é a grande diversidade de intervenção deste homem da política, que a fazia com gosto, que a fez
assim no plano autárquico e no Parlamento.
Queria, ainda, deixar uma palavra sobre a memória do trabalho que tive com ele em comissão, neste
registo, que partilhámos, de uma enorme combatividade, de uma grande lealdade no debate político e de uma
grande competência. Queria dar-vos nota do registo da sorte que tive em trabalhar com um homem que não
tinha medos, que lutava pelas suas convicções e que o fazia com garra.
É essa imagem que vou guardar, a de um parlamentar de grande competência e a de uma enorme perda
que esta Assembleia, hoje, assinala.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís
Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs.
Deputados: O Partido Ecologista «Os Verdes» subscreve o voto de pesar, que agora estamos a discutir, pelo
falecimento do Deputado Manuel Seabra. De facto, fomos surpreendidos, porque a morte levou muito cedo o
Deputado Manuel Seara.
E, se é verdade que pessoalmente não tive oportunidade de conviver muito com o Manuel Seabra, também
é verdade que o pouco que convivi foi o bastante para perceber que estava diante de um democrata, de um
homem de bom e fácil trato e, sobretudo, muito preocupado com a procura de consensos, sem, contudo,
prescindir dos princípios e dos valores em que acreditava e que moldaram a sua intervenção pública.
Pela sua postura, pela forma como encarava a vida democrática, Manuel Seabra honrou e dignificou a
Assembleia da República e a nossa democracia.
Portanto, com a sua morte, a nossa democracia, o Parlamento, o Partido Socialista e o País acabaram por
perder um cidadão de excecional envergadura, como se refere, e muito bem, no texto do voto de pesar.
Resta-nos agora apresentar, em nome do Grupo Parlamentar do Partido Ecologista «Os Verdes», as mais
sinceras condolências ao Partido Socialista, ao Grupo Parlamentar do Partido Socialista, aos amigos e,
principalmente, à família do nosso Colega Manuel Seabra.