7 DE FEVEREIRO DE 2014
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Estamos a falar do recurso ao que há de mais nobre e estruturante em cada um de nós. Por isso, toda a
sociedade deve e tem a obrigação — nós, políticos, em primeiro lugar — de reagir positivamente a este
desafio que nos é lançado.
Nesse sentido, os Grupos Parlamentares do PS, do CDS-PP e do Partido Social Democrata tomaram
também a sua iniciativa e apresentaram um projeto de resolução. É urgente e imperioso, acima de tudo,
combater todo e qualquer tipo de discriminação. E, quando digo isto, digo também que é preciso combater a
ignorância. A ignorância combate-se com informação, com formação e com conhecimento.
Por isso, o mérito e a superação devem ser, sempre que possível, reconhecidos. Estas pessoas, as suas
famílias, os seus cuidadores, os seus amigos, o meio que as envolve merecem o reconhecimento, porque
nunca é demais recordar os bons exemplos.
A instituição do Dia Nacional da Paralisia Cerebral, em 20 de outubro, é um passo seguro nesse sentido e
é, certamente, uma causa que o CDS abraça sem hesitações. Bem hajam!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Ainda para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla
Cruz.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Cumprimentamos e saudamos os peticionários
aqui presentes e todos aqueles que se associaram.
Cumprimentamos, igualmente, a Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral, que
dinamizou a petição que hoje discutimos e que tem contribuído de forma significativa para a melhoria da
qualidade de vida das pessoas com paralisia cerebral e seus familiares.
Tal como os peticionários, consideramos adequado promover e desenvolver ações de consciencialização e
de informação sobre a doença, para evitar discriminações.
Uma informação séria sobre a doença e as suas características servirá, entre outras, para a
desmistificação dos preconceitos e mitos associados à paralisia cerebral e, desta forma, para potenciar a
inclusão. A inclusão das pessoas com deficiência é uma questão de direitos humanos.
Neste sentido, entendemos que a pretensão desta petição, de criação de um Dia Nacional da Paralisia
Cerebral, que dê maior visibilidade às pessoas com paralisia cerebral, é justa.
Consideramos ainda que é justa e pertinente a necessidade de, tal como dizem os peticionários,
«sensibilizar as entidades públicas e privadas para a urgência de uma maior atenção a esta condição de
saúde», bem como de «(…) todos os profissionais das áreas da saúde, da educação e segurança social para
a importância do diagnóstico precoce desta condição de saúde e o respetivo acompanhamento ao longo do
ciclo de vida».
Reafirmamos que o objetivo da petição é justo e estamos de acordo em eliminar os problemas que afetam
mais de 20 000 portugueses que sofrem desta problemática, na necessidade de sensibilização dos
profissionais das diferentes áreas para a condição de saúde destas pessoas e, sobretudo, de serem
implementadas medidas e políticas que abarquem a prevenção, o tratamento e a reabilitação.
A comemoração do dia não está dependente da intervenção da Assembleia da República, porque não há
nada que impeça a instituição, os profissionais de saúde e as pessoas com paralisia cerebral e respetivas
famílias de decretar e comemorar o dia nacional, com a concretização dos objetivos que se propõem.
Ainda assim, o PCP votará favoravelmente as iniciativas em discussão. No entanto, alertamos para o
seguinte: a concretização destes objetivos não passa só pela sensibilização e informação dos profissionais de
saúde e da população em geral. É preciso políticas concretas de combate à discriminação e de inclusão social.
Não são as políticas do atual Governo nas áreas da saúde, da educação e da segurança social que atingem
esses objetivos. Só com a rutura da política de direita deste Governo é possível assegurar e melhorar a
qualidade de vida das pessoas com paralisia cerebral.
Aplausos do PCP.