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I SÉRIE — NÚMERO 54

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A insensibilidade deste Governo vai desde o corte nos rendimentos, nos salários e nas pensões aos cortes

na saúde, na educação, mas também passa pelo desprezo pelas populações do interior, mais afastadas do

Terreiro do Paço, é certo, mas portugueses como todos os outros.

Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Se o Governo encerrar o Tribunal Judicial de Mondim de Basto, os

cidadãos terão de andar quatro horas em transportes públicos para ir ao tribunal mais perto, para se fazer

justiça. Perguntem aos habitantes de Mondim se o País fica melhor, se fica mais justo.

Perguntem aos 30 doentes oncológicos do concelho de Alfândega da Fé, muitos com reformas na ordem

dos 300 €, que não encontram resposta no Serviço Nacional de Saúde no que respeita ao transporte até ao

Porto, se a saúde e o País estão melhores, se a nossa sociedade está mais coesa. E a situação não está pior

porque a Câmara Municipal, sem obrigações nesta área, teve a sensibilidade para apoiar estes doentes.

Aplausos do PS.

Perguntem aos portugueses, que esperam 658 dias por uma consulta de hematologia no hospital de

Aveiro, se o País está melhor.

Perguntem ao jovem de Chaves que teve um acidente do início do mês e foi obrigado a percorrer 400 km

para ser visto por uma equipa de neurocirurgia se o País está melhor.

E o Ministro da Saúde resolve estes problemas? Tem soluções para estes casos? Não, a única coisa que

faz é mandar investigar!

Não precisa de ir muito longe: os cortes. 75% acima do que estava previsto no Memorando inicial estão a

ter consequências. Mais 740 milhões de euros de cortes, com consequências na saúde dos portugueses!

Portugal está pior, porque também a saúde está pior!

Perguntem aos portugueses, que vão ver encerradas as suas repartições de Finanças, se o País vai ficar

melhor.

Perguntem aos investigadores, que viram as suas equipas destruídas, que viram destruir uma política

coerente dos Governos socialistas, de aposta na ciência e na investigação científica, se a ciência está melhor.

E a situação aqui não é mais grave, porque conta com a oposição, a força e a resistência destes mesmos

investigadores!

Perguntem aos trabalhadores portugueses, que querem aumentar a sua formação e não encontram

oportunidade para o fazer, se o País está melhor, se o seu futuro será melhor. Um Governo que destruiu a

Iniciativa Novas Oportunidades, que retirou a oportunidade e a esperança de se qualificarem a centenas de

milhares de trabalhadores, aliás, situação inédita desde os anos 60 do século passado!

Portugal subiu mais um lugar no ranking dos países mais pobres da Europa. O risco de pobreza não para

de aumentar desde 2011. Estamos a divergir da média da União Europeia também neste aspeto.

Este Governo, legítimo, mas legitimado numa campanha eleitoral de mentiras, conseguiu a proeza de

empobrecer os portugueses e o País, sem resolver qualquer problema estrutural, sem fazer qualquer reforma.

E até o guião da reforma do Estado, prometido pelo Vice-Primeiro-Ministro irrevogável, ele próprio,

desapareceu.

O Primeiro-Ministro atacou os trabalhadores e os reformados, em vez de reformar.

É um Governo que preferiu, neste três anos, parar investimentos estruturantes e reprodutivos, que preferiu

suspender a política que vinha do PS de simplificação administrativa, facilitando a vida às pessoas e às

empresas.

É um Governo que, no final do seu mandato, quaisquer que sejam os «cantos de sereia», vai deixar os

portugueses e o País numa situação muito pior.

O mais preocupante é a insensibilidade social de um Governo que não tem uma visão de futuro para o seu

País e do seu papel na Europa. E, neste quadro, as eleições europeias são ainda mais importantes.

O candidato do Governo, Dr. Paulo Rangel, é, em Portugal, o rosto do desemprego, do aumento dos

impostos, da emigração de jovens. Ele será o representante da austeridade, do insucesso das políticas deste

Governo na Europa e será também, certamente, o representante da Sr.ª Merkel, em Portugal.

Aplausos do PS.