8 DE MARÇO DE 2014
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O Sr. Fernando Barbosa (CDS-PP): — Dragar, sim, porque, cumprindo todas as regras impostas, pode
encontrar-se aqui a viabilização de muitas empresas em situação de pré-falência e a salvaguarda de muitos
postos de trabalho.
A construção da barragem do Sabor e Foz Tua, sim, até porque o Comité da UNESCO aprovou o projeto
de deliberação que compatibiliza a barragem de Foz Tua com o Douro Património.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Fernando Barbosa (CDS-PP): — Na verdade, foi dito que a barragem não afeta «de forma
irreversível» o Alto Douro Vinhateiro.
Claro que teremos em conta as salvaguardas, aliás, todos estamos interessados em cumpri-las.
Este é um dos 30 projetos prioritários para o País.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Ora bem!
O Sr. Fernando Barbosa (CDS-PP): — Vamos congratular-nos com isso, vamos realizar a obra. Existem
todas as razões para levar por diante o projeto de navegabilidade do Douro. Não desperdicem tempo a
procurar razões para o seu adiamento.
Vozes do CDS-PP: — Exatamente!
O Sr. Fernando Barbosa (CDS-PP): — O futuro, o crescimento e desenvolvimento do País não se
compadecem com birras de quem procura problemas onde eles não existem.
Como já se disse, as dinâmicas sociais, económicas e culturais podem transformar em ouro o muito que o
Douro tem para dar.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Ainda para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís
Fazenda.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
Deputadas e Srs. Deputados: A sugestão aqui adiantada
pelo Partido Ecologista «Os Verdes» é a de que a EDP contribua para o pagamento do alargamento do canal
navegável, o desassoreamento do canal do Douro. É uma sugestão não só legítima mas também pertinente.
É que olhamos para o programa das infraestruturas de elevado valor acrescentado e verificamos que, no
mapa de financiamento dessas infraestruturas, a diferença entre o investimento público e o investimento
privado será, na melhor das hipóteses, de 5 para o público e 1 para o privado. Há uma diferença de 1 para 5,
quando, em larga medida, serão as empresas do setor privado que tirarão proveitos económicos dessas
infraestruturas, pelo que deveriam comparticipar de um outro modo. Há, pois, aqui, uma desproporção patente,
em prejuízo dos interesses do Estado, em prejuízo dos interesses do contribuinte e a favor dos interesses
privados.
Portanto, a sugestão de que a EDP ou outras empresas comparticipem com investimentos é uma sugestão
absolutamente legítima, natural e proporcionada.
Agora, Srs. Deputados do PSD, não é preciso grandes estudos científicos, porque os estudos científicos
apenas tornarão mais exata a medida em que a existência de um conjunto de obstáculos no caudal de um rio
aumenta ou diminui o grau de sedimentação e, portanto, a necessidade de desassoreamento.
Até empiricamente qualquer pessoa sabe, qualquer pescador que ande no Douro, qualquer pessoa
daquela região sabe que os vários obstáculos, as várias barragens (até a inútil barragem do Tua, porque não
tem nenhum fator energético suplementar, é apenas mais um negócio da EDP) aumentam a sedimentação de
um conjunto de detritos, pelo que é necessário, é fatal que o rio seja limpo, e isso tem mesmo a ver com a
existência de barragens.