8 DE MARÇO DE 2014
39
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Gostaria de começar por saudar
os cerca de 4400 peticionários que nos trouxeram a petição que está a ser objeto de discussão.
Gostaria também de saudar a Sr.ª Deputada Conceição Bessa Ruão pelo relatório que fez, em sede de
comissão parlamentar, absolutamente exaustivo e sério.
O que não me parece politicamente sério é aquilo a que temos vindo a assistir por parte das bancadas da
oposição.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Exatamente!
Protestos do PS e do BE.
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Os senhores querem fazer um processo de intenções relativamente a
este debate que não está aqui em causa. Pelo menos para o CDS não está aqui em causa a reabertura da
discussão sobre a despenalização do aborto.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
Protestos do PS, do PCP e do BE.
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Portanto, sejam politicamente sérios. Não é isso que está em causa.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Protestos do PS, do PCP e do BE.
Sr.as
e Srs. Deputados, nenhuma legislação é suscetível de ficar afastada de escrutínio e de
acompanhamento relativamente à sua aplicação. Nenhuma lei, por mais que essa legislação galvanize toda a
esquerda!
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Mas temos de ser sensíveis relativamente a aspetos que, para o CDS,
são fundamentais: o princípio da igualdade, o princípio da equidade e o princípio da justiça social.
Faz sentido, Sr.as
e Srs. Deputados, que tantos e tantos atos médicos não sejam sujeitos a taxas
moderadoras e que…
Protestos da Deputada do BE Helena Pinto.
Sr.ª Deputada, pode ir gritar lá para fora, que é onde os senhores gostam de gritar!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Protestos do BE.
Repito: faz sentido que tantos e tantos atos médicos não sejam sujeitos a taxas moderadoras? A não ser
que haja insuficiência económica, e que a interrupção voluntária da gravidez, nos termos da Lei n.º 17/2007,
por opção exclusiva da mulher, esteja universalmente isenta e não se aplique apenas a isenção sob condição
de recursos. Faz sentido? Tenho a certeza de que para a esmagadora maioria da população não faz. Portanto,
para o CDS-PP não se trata de reabrir o debate sobre a descriminalização; trata-se, isso sim, de introduzir
critérios de justiça social e de equidade em relação aos atos médicos que são praticados.