29 DE MARÇO DE 2014
41
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PS, batendo com as mãos nos tampos das bancadas.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, têm de deixar o Sr. Vice-Primeiro-Ministro prosseguir a sua
intervenção.
O Sr. Vice-Primeiro-Ministro: — Quem precisa da ajuda do Estado continua a tê-la, o que há é uma
condição de recursos, para verificar se as pessoas, para além do RSI, têm outros rendimentos que signifiquem
que, do ponto de vista da equidade, devam deixar de o ter.
Protestos do PS.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — É mentira!
O Sr. Vice-Primeiro-Ministro: — Os gritos não vos dão razão, Srs. Deputados!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Mais, Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: é verdade que no Memorando negociado pelo anterior
Governo com a troica se previa a tributação das prestações sociais e das instituições sociais, o que levaria a
que a licença de maternidade e paternidade pagassem imposto,…
Vozes do PS: — Falso!
O Sr. Vice-Primeiro-Ministro: — … mas este Governo opôs-se, bem como à tributação das IPSS.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Quero ainda referir, Sr.ª Presidente, que a ideia de que há uma estratégia escondida não resiste aos factos
da legalidade europeia.
Não é Portugal que está a fazer um documento de estratégia orçamental, são 28 países da União Europeia
que estão a fazer um documento de estratégia orçamental, cada qual sobre o seu país. E quem sobre isto tiver
dúvidas leia o parágrafo (13) do Regulamento n.º 473/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, que diz
que os documentos de estratégia orçamental de cada país têm de ser entregues até 15 de abril ou, no
máximo, até 30 de abril.
Não há nada escondido, o que há é o cumprimento da legalidade europeia, que tanto vale para aqueles
que votaram o tratado orçamental como para aqueles que não votaram, mas que é especialmente relevante
para aqueles que o votaram, conhecendo-o, pois estas são as regras.
Por fim, Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, quero dizer uma vez mais que me parece que, em matéria
de consenso essencial sobre o pós-troica, essa é uma responsabilidade enorme dos partidos do arco da
governabilidade.
Portugal vai conseguir chegar ao fim do programa, o que significa que dependeremos essencialmente de
nós e dos nossos parceiros europeus, sob a forma de partilha e de parceria. E é essencial que nos possamos
entender para que possamos todos responder à pergunta que, inevitavelmente, vai ser feita por cada
português a partir do dia 17 de maio: o meu esforço valeu a pena? O País recuperou a sua autonomia? Quem
é que me garante que não voltaremos a cair numa situação semelhante, que levou ao aumento do
desemprego, ao aumento dos impostos, ao aumento das dificuldades, que, obviamente, os portugueses não
merecem?!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.