12 DE ABRIL DE 2014
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condução dos acontecimentos, quando a direção parecia fugir e o País, num todo, estava a derrapar e perante
um precipício.
Mas quem hoje aqui nos interpela parece ter esquecido este passado. Em maio de 2011, estávamos à
beira da insolvência. Portugal tinha, em caixa, muito pouco dinheiro e havia obrigações a que tínhamos de
responder, como sejam salários e pensões, e que careciam de milhares de milhões de euros que Portugal não
tinha e a que só com juros proibitivos podia aceder.
Em maio de 2011, os juros das nossas obrigações a 10 anos estavam nuns incomportáveis 10%; hoje,
estão abaixo dos 4%. Até para os mercados, de facto, hoje, Portugal é diferente. Ainda hoje os próprios
mercados nos disseram que, face à recuperação da economia e do emprego, a perspetiva de Portugal foi
alterada e hoje a perspetiva é positiva, coisa que já não acontecia há muito tempo.
Mas a verdade é que só à beira de tal precipício, a que teimosamente quis chegar, o Partido Socialista
pediu ajuda externa. Só a dias de uma convulsão financeira, já numa convulsão económica e muito perto de
uma catástrofe social é que o Partido Socialista acedeu a solicitar um resgate.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — E quem hoje nos interpela tem
memória curta e esqueceu o que vivemos há três anos.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — Esqueceu ainda os sacrifícios que
estabeleceu, as promessas que deixou por cumprir e, pior, as obrigações que assumiu e que agora, como
oposição, finge que não existem.
Em três anos, o Partido Socialista trocou a memória pelo facilitismo e o que esqueceu dos factos
compensou com demagogia.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Apesar da troica, apesar do Memorando, apesar da austeridade, lançámos o Programa de Emergência
Social (PES), com uma dotação de 1132 milhões de euros, no total destes três anos.
A Sr.ª Idália Salvador Serrão (PS): — Gostava de saber que programa é esse!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — Um programa que retratava a
situação de emergência com que nos deparámos e que serviu e serve como resposta a quem atravessa
maiores dificuldades.
Apesar da troica, apesar do Memorando, apesar da austeridade, aumentámos as pensões mínimas sociais
e rurais em 5,3%, ou seja, aumentámos, em média, 160 € anuais as pensões de mais de 1,1 milhões de
portugueses,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Foi por isso que a pobreza aumentou!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — … quando num tempo em que o
Partido Socialista dizia que era melhor, financeiramente mais confortável, mesmo assim, o Partido Socialista
teve como opção congelar essas pensões.
Sim, é importante relembrar hoje, aqui, que a opção do Partido Socialista foi a de congelar as reformas de
quem tem os rendimentos mais baixos de todos. Talvez nessa altura o PS tivesse, sim, razão para interpelar o
Governo de então.
Com o Programa de Emergência Social, antecipando o período que estávamos a atravessar,
desenvolvemos uma rede solidária de cantinas sociais. De 62 cantinas que existiam na altura do antigo