I SÉRIE — NÚMERO 73
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O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — Considerando o Programa de
Emergência Social, esta verba chega hoje a um total de 1939 milhões de euros.
Criámos, também nesse sentido, duas linhas de crédito específicas para as instituições sociais, num total
de 187,5 milhões de euros, liquidámos a dívida que existia, desde 2008, no valor de 5 milhões de euros e
isentámos, contrariamente àquela que era a ação do Partido Socialista, as instituições sociais do pagamento
de IRS e de IMI e repusemos, quando no Governo do PS tal possibilidade tinha deixado de existir, a devolução
de 50% do IVA gasto em obras.
Criámos ainda um fundo de reestruturação do setor solidário com 30 milhões de euros.
Apesar da troica, apesar do Memorando e apesar da austeridade, conseguimos ainda que o apoio e os
serviços sociais às famílias fosse maior. Aumentámos em mais de 13 000 as vagas nas creches desde junho
de 2011, o que constituiu um apoio muito importante para as famílias e permitiu a Portugal cumprir uma das
metas de Barcelona para 2020.
Revimos a legislação das estruturas residenciais para os idosos, com o objetivo de ser maximizada a sua
capacidade, mantendo os parâmetros de qualidade e de segurança.
Permitimos, no abono de família, que fosse possível ajustar trimestralmente o escalão de rendimentos,
quando no passado existia um desfasamento de dois anos face à situação presente nas famílias e, nesse
sentido, mais 48 000 famílias reviram já a sua situação.
Salvaguardámos à austeridade aqueles que estavam mais expostos à crise. Temos, hoje, mais de 5,5
milhões de portugueses totalmente isentos de taxas moderadoras e, no que a impostos diz respeito, cerca de
2 milhões de contribuintes com rendimentos mais baixos ficaram isentos de sobretaxa e de quaisquer
alterações introduzidas no IRS. Contrariando até o que o anterior Governo tinha previsto no Memorando de
Entendimento, isentámos de IRS todas as prestações sociais, o que iria retirar mais cerca de 12% no valor das
prestações, desprotegendo por igual todos os beneficiários do Estado social.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — Mas, Sr.as
e Srs. Deputados, para o
fazermos, pedimos mais a quem mais podia contribuir, salvaguardando quem maiores dificuldades tinha. Nem
por acaso, um recente relatório do Fundo Monetário Internacional vem salientar que os 20% mais favorecidos
da população portuguesa tiveram uma redução de rendimento disponível quase dupla da que incidiu sobre os
20% menos favorecidos.
Sabemos que o desemprego é o fenómeno que mais influência tem sobre o indicador global da pobreza,
pelo que a descida sentida desde janeiro de 2013, em que a taxa de desemprego caiu de 17,6% para os
atuais 15,3%, é um indicador a que devemos dar atenção, mas que, acima de tudo, tem de fazer com que
trabalhemos ainda mais para que continue a descer nos próximos meses e o seu efeito seja sentido
efetivamente no bolso dos portugueses.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — A pobreza diminui com rendimentos.
O rendimento vem do trabalho. O trabalho e o emprego são o que temos de fomentar para que se ultrapasse
esta dura realidade.
Protestos do PS.
Mas o Partido Socialista também chamou o Governo para falar aqui hoje sobre desigualdades sociais.
Entre os países que sofreram programas de ajustamento, Portugal foi aquele em que a desigualdade menos
piorou. O índice de Gini, índice oficial de medição das desigualdades,…
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Oficial?!…