I SÉRIE — NÚMERO 75
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economia social, que, de forma agregada, conjugada, reforçada e certeira, até pela proximidade, possa apoiar
aqueles que mais precisam.
Vem da sabedoria popular que a união faz a força. É verdade. E faz também, dizemos nós, um combate à
duplicação e ao malbaratar de recursos, seja por fraude ou incompetência, uma melhor aplicação de recursos
e um melhor enfoque na resolução dos problemas dos mais frágeis de nós.
Também no social todos somos chamados e todos devemos honrar os valores de uma democracia
solidária e recusar, frontal e enfaticamente, a utilização das dificuldades de alguns de nós como bandeira
partidária. É por estes considerandos e porque a iniciativa apresentada pelo PCP — projeto de resolução n.º
941/XII (3.ª) - Cria um plano de emergência social no distrito do Porto — se baseia numa visão
inaceitavelmente propagandística e em dados factualmente errados, como os do desemprego; porque
esquece que foi este Governo que descongelou as pensões mínimas e ignora o que tem sido feito,
nomeadamente ao nível do realojamento; e, ainda, porque recorre à mentira quanto à entrega de
infraestruturas, como o Lar Residencial das Fontainhas, que os Deputados do PSD não acompanham esta
iniciativa demagógica, que não tem pejo em utilizar as dificuldades de terceiros, as inverdades e as
manipulações da verdade para obter visibilidade e dar prova de vida, de triste vida.
Os Deputados do PSD abaixo identificados não acompanham esta iniciativa do PCP, porque ela vem
contrariar a lógica defendida nos últimos anos e que passa por criar um sistema social menos esbanjador,
menos permeável à fraude e ao abuso, para que o Estado, enquanto agente de recursos limitados, possa
chegar a quem mais precisa.
E não a acompanham também porque grande parte das propostas de recomendação aqui enunciadas
neste projeto de resolução estão já em curso — muitas delas sob a gestão dos parceiros sociais da rede local.
Os Deputados do PSD, Fernando Virgílio Macedo — Emília Santos — Andreia Neto — Paulo Rios de
Oliveira — Afonso Oliveira — Mário Magalhães — Maria José Castelo Branco — Margarida Almeida — Miguel
Santos — Conceição Bessa Ruão — Nuno Sá Costa.
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Relativa aos projetos de resolução n.os
759/XII (PSD) e 924/XII (3.ª):
O PCP valoriza e congratula-se com o debate e o processo que resultaram na publicação da Resolução da
Assembleia da República n.º 37/2014, sobre a libertação da via da água e criação de um regime específico de
navegação nos estuários dos rios, que resulta também da apresentação da iniciativa resolutiva deste grupo
parlamentar.
Desde o primeiro momento, o PCP manifestou total abertura para trabalhar numa solução consensual e
contribuir de forma construtiva para a definição de um quadro legal que valorize o património cultural presente
em cada embarcação típica e em cada comunidade ribeirinha que a preserva.
Entretanto, não podemos deixar de relembrar que, salvaguardando sempre a segurança da navegação, e
diferenciando as áreas de intervenção em presença, considerámos aqui a especificidade deste transporte
fluvial não regular, enquanto componente da defesa e valorização destas embarcações tradicionais. Nesse
sentido, tal realidade não devia ser confundida nem misturada com uma espécie de «oferta marítimo-turística»,
mais intensiva e indiferenciada, que aproveitasse a situação para se integrar no mesmo regime.
Assim, reiteramos o nosso alerta relativamente às opções a tomar no quadro legal e regulamentar a este
propósito e registamos as nossas reservas quanto à expressão inserida no n.º 2 da Resolução: «Defina um
regime de prestação de serviços no âmbito do transporte fluvial público não regular, abrangendo as
embarcações típicas e outras vocacionadas para o mesmo».
Valorizando o essencial do resultado alcançado pelo avanço que significa, importa que as soluções a
seguir não passem por tratar de forma igual aquilo que é muito diferente.
O Deputado do PCP, Bruno Dias.
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