15 DE MAIO DE 2014
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A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Para tal é necessário que se reforce o investimento público para ampliar a rede
de equipamentos públicos, quer nos cuidados continuados quer nos cuidados paliativos, incluindo,
obviamente, os cuidados paliativos pediátricos.
O que é necessário é que se reforce o investimento nos recursos humanos disponíveis, sejam criadas
equipas especializadas, se reforce a formação dos profissionais, se assegure as condições de trabalho, sejam
respeitadas as carreiras e os direitos dos trabalhadores, condições estas imprescindíveis para que sejam
prestados os cuidados de saúde de que a população necessita e, neste caso, os cuidados paliativos a quem
deles necessita.
É necessário que se faça, de facto, uma outra política, com um outro Governo.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Termino já, Sr. Presidente.
No que respeita ao projeto de resolução, apresentado pelo Bloco de Esquerda, acompanhamos a
preocupação e a recomendação, mas entendemos que, de facto, a criação das unidades de cuidados
paliativos deve manter-se no setor público, pois só o setor público garante a prestação de cuidados de saúde
de qualidade.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma segunda intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João
Semedo.
O Sr. João Semedo (BE): — Sr. Presidente, queria dizer à Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto que o
problema para o CDS e para o PSD é que os números não enganam, e à medida que o CDS e agora também
o PSD apresentam sucessivas medidas e iniciativas legislativas a situação fica na mesma ou pior. Esta é que
e a realidade! E piora não porque não haja a sensibilidade para este drama. O problema não está, Sr.ª
Deputada, em termos discursos dramáticos sobre uma situação igualmente dramática — aliás, podemos
carregar nesse dramatismo que nunca se atingirá o drama que cada família vive quando envolvida nestas
situações.
Não é de discursos dramáticos que precisamos; precisamos de medidas, precisamos de proteger, de
defender, de desenvolver, de modernizar o Serviço Nacional de Saúde.
Não venham inventar nem fazer crer que os cuidados paliativos são uma ilha… Há pouco, falámos da ilha
dos transplantes; agora, falamos da ilha dos cuidados paliativos… Não! Este Governo não tem política de
saúde, não tem política de reforma do sistema hospitalar,…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. João Semedo (BE): — … tem uma política de minimização do Serviço Nacional de Saúde.
E se na política da direita quanto ao Serviço Nacional de Saúde não cabem cuidados agudos, não cabem
cuidados hospitalares, não cabem cuidados de urgência, também não vão caber cuidados paliativos nem
cuidados paliativos para crianças.
Essa é que é a dramática realidade da política da direita.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Como não há mais inscrições, vamos passar o próximo ponto da
nossa ordem de trabalhos, com a discussão conjunta da petição n.º 315/XII (3.ª) — Apresentada pelo Grupo
de Ação Teatral A Barraca, solicitando à Assembleia da República que a Direção-Geral das Artes reveja o
apoio financeiro concedido ao Grupo de Teatro A Barraca e bem assim o regime legal e a sua aplicação e, na
generalidade, do projeto de resolução n.º 1040/XII (3.ª) — Recomenda ao Governo apoio à atividade artística
profissional através de concurso (BE).